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Agronegócio é diferencial para crescimento populacional em dez municípios de MT

Os dez municípios que mais cresceram em população entre 2010 e 2022 tem como base econômica o agronegócio. Os dados preliminares do Censo de 2022 apontam o crescimento de até 60% no número de habitantes. Os dados foram compilados pelo Observatório do Desenvolvimento Econômico, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec).

No topo da lista da está Querência que apresentou 105% de aumento populacional, seguido por Lucas do Rio Verde (83,9%), Nova Mutum (75,9%), Sinop (73,3%), Campos de Júlio (71,1%), Campo Novo do Parecis (66,4%), Sorriso (66,3%), Itanhangá (64,7%), Primavera do Leste (63,5%) e Sapezal (59,9%). São municípios situados na região do Baixo Araguaia, Sul e no eixo da BR-163.

A menor delas é Itanhangá, que tem 7.539 habitantes, mas em 2010 tinha apenas 5.276. A maior é Sinop com atualmente 196.067 pessoas e há 13 anos eram 111.676 habitantes.

Por outro lado, cinco municípios de regiões distintas do Estado apresentaram redução populacional. Novo Santo Antônio perdeu 66,65% dos moradores, seguido por Cotriguaçu (26,51%), Guiratinga (21,32%), Alto Paraguai (20,44%) e Jauru (19,97%).

Municípios que fazem limite com Novo Santo Antônio tiveram aumento populacional, como Serra Nova Dourada, que fica a 60km da cidade. Ela é a segunda menor cidade de Mato Grosso e teve crescimento de 31,86% da população, passando de 1.365 habitantes para 1.800 em 2022. Além disso, tem um PIB per capita de R$ 32.890, enquanto Novo Santo Antônio é de R$ 18.123. São Félix do Araguaia, que também faz limite com a cidade que mais perdeu habitantes no Estado, viu a população crescer em 29,25%, atingindo 13.612 moradores, ante a 10.531 que tinha em 2010.

Para o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, o crescimento de Mato Grosso e do Centro-Oeste já era esperado, pois todos os indicadores de exportações, geração de emprego, abertura de empresas, microempreendedores individuais já vinham numa crescente há anos.

“O crescimento agrícola do Estado abriu muitas oportunidades, bem como a instalação de novas indústrias que precisaram de mão de obra. Muitas pessoas migraram para o Estado devido ao crescimento exponencial e desenvolvimento do Estado”.

Em relação aos municípios que viram reduzir a população, o secretário aponta que isso também se deve à busca de empregos em outras cidades não necessariamente maiores, pois Campos de Júlio e Itanhangá são exemplos de pequenas cidades que expandiram em número de população e tem menos de dez mil habitantes.

“Dentre as alternativas estão a implantação de agroindústrias para fixar a mão de obra nessas cidades. Mato Grosso está numa fase de desenvolvimento econômico que não tem mais volta. A verticalização da economia com incentivo a industrialização, obras estruturais com as ferrovias e a duplicação da BR-163 devem gerar mais emprego e renda e o crescimento populacional do Estado”.

PIB do agro

O analista de dados do Observatório do Desenvolvimento Econômico, Vinícius Hideki, destaca que as cidades com base no agronegócio têm experimentado um crescimento significativo devido à sua forte ligação com o setor, que é responsável por 56,2% do PIB do Estado. Como principal atividade econômica, é natural que essas cidades se desenvolvam mais rapidamente do que as demais.

“Mato Grosso tem o maior número de municípios no ranking dos mais ricos do agro brasileiro. Se o setor agrícola de uma região se expande e se torna mais produtivo, isso pode levar ao aumento da demanda por mão de obra agrícola. As pessoas podem migrar para áreas rurais em busca de empregos e oportunidades relacionadas à agricultura”.

Contudo, ele pondera ainda que nos últimos anos houve avanços significativos em tecnologia e mecanização agrícola. O uso de máquinas e equipamentos modernos pode aumentar a produtividade e reduzir a necessidade de mão de obra manual. Como resultado, é possível que menos pessoas estejam envolvidas diretamente na atividade agrícola, o que pode levar a um êxodo rural em algumas áreas e, ao mesmo tempo, concentrar a população nestas cidades agrícolas.

“Em alguns casos, áreas rurais estão passando por um processo de urbanização, com o desenvolvimento de infraestrutura, serviços e comodidades urbanas. Isso pode atrair pessoas que buscam uma melhor qualidade de vida e acesso a serviços básicos, levando também ao crescimento”.

Ele também destaca que políticas governamentais favoráveis ao setor agrícola, como investimentos em infraestrutura, programas de desenvolvimento rural e incentivos fiscais, podem estimular o desenvolvimento econômico, atraindo pessoas e contribuindo para o crescimento populacional.

Débora Siqueira | Sedec-MT

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