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De sem-terra à estrela pornô, Tigresa VIP explica porque insiste no PT

Natural de Carlinda (762 km ao norte de Cuiabá), Ester Caroline, popularmente conhecida como Tigresa Vip, 24 anos, acredita que sua filiação e eventual candidatura à deputada estadual tem o potencial de reverter uma lógica na qual muitas pessoas estão inseridas, a do esquecimento por parte da classe política.

Idólatra do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, segundo suas próprias palavras, a jovem nasceu e cresceu dentro de um cenário que foi amplamente assistido pelos programas sociais implementados durante o governo do Partido dos Trabalhadores. 

Ligada à população ribeirinha, que depende em sua maioria dos rios e do comércio de peixes, Ester já foi sem-terra e sobreviveu até o início da pandemia da covid-19 como vendedora de iscas vivas.

Contudo, com o avanço da doença e as dificuldades inerentes à pandemia, a produção de vídeos de conteúdo adulto passou a ser não mais apenas uma atividade paralela realizada por satisfação pessoal, mas, sim, a principal fonte econômica de sua casa.

Ao contar sua história, Ester revelou que a exemplo de muitas pessoas de sua comunidade começou a trabalhar ainda na infância, aos 9 anos de idade, vendendo ovos na rua.

Com o passar dos anos, experimentou outras atividades e, ao atingir a idade adulta, passou a produzir e divulgar vídeos de conteúdo adulto. Hoje, a atriz conta que não tem medo de críticas. Porém, revela que nem sempre foi assim.

“Críticas eu já estou acostumada desde sempre. Então, não me importo muito com as críticas, porque todos os lugares que a gente vai têm críticas. Tem críticas até dentro das igrejas”, disse. A atriz compartilhou ainda que, no início, sofria ao ler os comentários sobre suas publicações, chegando inclusive a desenvolver um quadro depressivo.

Após aprender a lidar com a exposição e as críticas, Ester disse se sentir fortalecida e orgulhosa de seu trabalho. Para a atriz, a discussão moral sobre o trabalho de profissionais como ela serviria apenas para limitar e excluir socialmente grupos que não têm visibilidade política.

Neste sentido, ainda que sem conhecer todos os trâmites da política tradicional, a atriz acredita que pode ser uma agente pública que assistirá não só às vulnerabilidades do local onde nasceu, mas também de todo o estado de Mato Grosso.

“Estou começando a aprender sobre política agora, mas desde sempre tive a intenção de ajudar o pessoal. Inclusive, fiz vários protestos para melhorias das estradas, melhorias na saúde. Teve uma época em Alta Floresta que faltou até luva nos hospitais e fiz vários protestos. Minha intenção sempre foi querer ajudar a população”, apontou.

Atualmente, a jovem tenta se filiar ao Partido dos Trabalhadores, após ter sua vinculação junto à legenda suspensa pela sigla. Mesmo com críticas ao modo como a desfiliação foi feita, Ester segue confiante de que conseguirá ser oficialmente reconhecida como um dos nomes disponíveis para disputar pelo PT em Mato Grosso.

Gazeta Digital

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