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Combustíveis devem ter nova alta nos próximos dias, alerta associação

Um novo aumento dos preços dos combustíveis deve ser anunciado nos próximos dias. A avaliação foi feita pela Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), em documento publicado na última semana. Segundo levantamento da entidade, há uma defasagem média de 8% no preço do óleo diesel e 9% para a gasolina, na comparação entre os preços praticados no mercado brasileiro e a média internacional.

Essa defasagem é resultado da valorização do barril de petróleo no mercado internacional, que vive uma disparada desde meados de 2020, devido ao aumento na demanda com a retomada econômica ao redor do planeta.

“A gente não quer, mas eu acho que vai ter. O mercado que determina isso não é o governo, é o mercado internacional”, avalia o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (SindiPetróleo/MT), Aldo Locatelli.

Nesta segunda-feira (31), por exemplo, o barril do petróleo iniciou o dia sendo negociado a mais de 90 dólares. Informações do mercado financeiro internacional apontam que o preço médio do barril de petróleo era de menos de 30 dólares em abril de 2020, o que representa um aumento de cerca de 200% em um período de menos de dois anos.

Para equiparar os preços internos com os internacionais, a Petrobras praticou 16 aumentos na gasolina e 12 no óleo diesel durante o ano de 2021, o que resultou em alta de 68,13% na gasolina e 64,7% no diesel nas refinarias. A tendência é que os preços continuem aumentando, já que a tensão entre Rússia e Ucrânia podem fazer a produção mundial de petróleo não ser suficiente para atender a demanda.

Para tentar conter essa subida abrupta, o Congresso Nacional avalia um projeto de lei para criar um fundo de estabilização do preço dos combustíveis. O texto prevê que parte do dinheiro depositado nesse fundo deve ser usado para ‘amortizar’ altas significativas no preço do petróleo no mercado internacional. O projeto de lei 1.472/2021 já foi aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e aguarda inclusão na Ordem do Dia.

Além disso, os estados aprovaram, na última semana, o ‘congelamento’ do Preço Médio Ponderado Final (PMPF), usado como base para cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). No entanto, economistas e representantes do setor apontam que, além de o congelamento ter sido feito ‘com o preço nas alturas’, a medida praticamente não altera os preços.

Questionado sobre o congelamento, Locatelli afirma que apenas o equilíbrio entre oferta e demanda no mercado internacional, além de maiores reduções nos impostos no Brasil, vão garantir maior estabilidade nos preços dos combustíveis. Aldo ressalta também que os Estados tiveram recordes de arrecadação com a explosão dos preços dos combustíveis.

Aldo ainda critica a falta de refinarias no Brasil, o que implica em gastos a mais com logística do produto para refinar em outros países. “Não fez a refinaria que deveria ter sido feita aqui, então nós temos uma defasagem de refinarias do nosso petróleo. O cara tem que tirar do poço e levar para não sei aonde para refinar”, conclui.

Estadão Mato Grosso

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