Em Mato Grosso, 64,1% da malha rodoviária pavimentada apresentam algum tipo de problema, com classificação regular, ruim ou péssima e, o restante (35,9%), considerado como ótimo ou bom. O dado faz parte da 24ª edição da “Pesquisa CNT de Rodovias 2021” e mostra um aumento em nível estadual de 27,2% do custo operacional do transporte rodoviário devido apenas à qualidade do pavimento.
No Estado, foram analisados 5.439 quilômetros (km) de estradas federais e estaduais, o que representa 5,0% do total pesquisado no Brasil. Os principais trechos avaliados abrangem as BRs 070 e 364, que no geral foram consideradas boas, e as 158, 174, 242, 251 e 163, classificadas como regulares. O estudo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) foi divulgado na última quinta-feira (2) e é realizado desde 1995.
O objetivo é avaliar a condição da malha rodoviária brasileira, apontando a sua qualidade geral. O levantamento traz também uma análise de seus elementos constituintes, sendo eles, o pavimento, a sinalização e a geometria da via e, ainda, as suas principais deficiências e pontos críticos.
Ainda em Mato Grosso, levando em consideração somente o pavimento, a CNT mostra que 51,9% da extensão da malha apresentam problemas; 48,1% estão em condição satisfatória; e 0,2% está com o pavimento totalmente destruído. Quando à sinalização, 48,9% da extensão são consideradas regulares, ruins ou péssimas; 51,1%, ótimas ou boas; 2,7% da extensão está sem faixa central e 7,2% não têm faixas laterais.
Em relação à geometria ou traçado das estradas no território mato-grossense, 58,8% apresentam algum tipo de problema e 41,2% estão ótimas ou boas. Além disso, as pistas simples predominam em 92,2%, falta acostamento em 46,1% dos trechos avaliados e 57,8% dos trechos com curvas perigosas não têm sinalização.
Também foram identificados seis pontos críticos, sendo cinco trechos com buracos maior que um pneu. Por conta da situação do pavimento, o custo operacional do transporte teve um aumento de 27,2%, no Estado. “Isso reflete na competitividade do Brasil e no preço dos produtos”, apontam.
Segundo a CNT, para recuperar as rodovias em Mato Grosso, com ações emergenciais, de manutenção e de reconstrução, é necessário investimento da ordem de R$ 2,3 bilhões. Além disso, para este ano, a estimativa é de que haverá um consumo desnecessário de 47,4 milhões de litros de diesel devido à má qualidade do pavimento da malha rodoviária que corta Estado. “Esse desperdício custará R$ 208,70 aos transportadores”, frisa.
Em todo país, foram 109.103 quilômetros de rodovias pavimentadas federais e estaduais avaliados. Esse levantamento constatou que o estado geral de 61,8% da malha rodoviária brasileira encontra-se classificada como regular, ruim ou péssimo. Desse percentual, 91% são de rodovias públicas.
“Os resultados da ‘Pesquisa CNT de Rodovias 2021’ mostram um cenário de preocupante queda da qualidade das rodovias brasileiras, questão que precisa ser enfrentada com grande rapidez e assertividade. A forte retomada de investimentos é urgente e necessária para prover ao país uma malha rodoviária mais moderna e eficiente, condição indispensável para a promoção do desenvolvimento. E, nesse sentido, a análise técnica da CNT nesta pesquisa é um importante instrumento para fomentar as melhores soluções”, frisou o presidente da CNT, Vander Costa.
Ainda no fim do ano passado, o Governo do Estado lançou o programa “Mais MT” que prevê R$ 4,73 bilhões em ações, como a realização de 2.400 km de asfalto novo e restauração de mais 3.000 km de pavimentação, além da construção 5 mil pontes de pequeno, médio e grande porte, em substituição às precárias pontes de madeira.
Joanice de Deus/Diário de Cuibá