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Queimadas reduzem 80% no Pantanal e aumentam 50% na região metropolitana

Este ano, o fogo migrou das áreas rurais para as urbanas. É o que aponta uma análise do Corpo de Bombeiros. No Pantanal Mato-grossense, por exemplo, os municípios têm apresentado uma redução na taxa de focos de calor entre 92% e 80%, quando comparamos o período entre de janeiro a julho deste ano, com o mesmo período do ano passado.

Já em Cuiabá e Várzea Grande, os números presentam um acréscimo de cerca de 50%, também na comparação entre esses seis primeiros meses.

Major do Corpo de Bombeiros, Rafael Ribeiro Marcondes explica que parte dos focos registrados estão ainda em Santo Antônio de Leverger (acréscimo de 39%). As ocorrências acontecem predominantemente em terrenos de áreas urbanas e também às margens das rodovias.

Já nos municípios que integram o Pantanal Mato-grossense, a redução chega a 80%, sendo que em Poconé, o índice é de -92%. Nestes locais, afirma Marcondes, os incêndios apresentaram uma retração por conta da redução da biomassa, já que grande parte foi consumida pelo fogo no ano passado, quando 2,1 milhões de hectares foram destruídos  pelas chamas.

Outros pontos relevantes ao número positivo, na avaliação do major, foram as ações preventivas, entre elas, a capacitação de brigadistas e moradores locais para o combate ao fogo.

“Assim, conseguimos ter uma comunicação mais precisa e atuar mais rápido, quando os focos se iniciam. No ano passado, as dificuldades de acesso, dificultaram a ação das equipes”, acrescentou.

Atualmente, o único ponto de preocupação dos Bombeiros é a Baía dos Guatós que, na semana passada, foi palco da maior ocorrência registrada até então na região. O local tem uma mata densa e há muita dificuldade de se chegar aos locais onde o fogo queima.

Pantaneiros

Presidente do Sindicato Rural de Poconé e membro dos Guardiões do Pantanal, Raul dos Santos explica que, desde o começo do ano, muitos moradores locais passaram por capacitação para aprender a lidar com o fogo e estabelecer uma comunicação com a rede de combate.

Muitas entidades não governamentais também participaram do processo e todos estão otimistas com relação a estiagem deste ano. Contudo, muitas questões ainda precisam ser discutidas e ações empregadas para que tragédias, como a do ano passado, não se repitam.

Santos elenca que é preciso investir em infraestrutura, principalmente, nas estradas boiadeiras, para dar acesso às equipes, e ainda construir pontos para a captação de água, que servirão para abastecer os caminhões-pipa em caso de emergência.

Outro ponto importante é a implementação de políticas para a retomada econômica e sustentável do Pantanal Mato-grossense. Atualmente, muitas fazendas estão abandonadas e as áreas deixam de receber as ações preventivas como os aceiros.

Caroline Rodrigues O Livre

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