O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) atualizou pela terceira vez as projeções para safra 2021/22 de soja no Estado. Mais uma vez, os números indicam expansão e quebra de recordes, tanto em área plantada como em produção. Se a previsão se confirmar, a superfície destinada à cultura, por exemplo, deverá somar mais de 10,81 milhões de hectares, sendo a sexta expansão espacial seguida, cravando uma nova marca histórica.
Se a área é recorde, há projeção de mais recordes na oferta do grão. A produção deve crescer 3,48% ante à safra passada, e totalizar neste novo ciclo inéditos 37,31 milhões de toneladas (t).
Conforme levantado realizado junto aos agentes de mercado e informantes do Imea, essa expansão, se confirmada, será 3,31% acima do recorde anterior da temporada 20/21, quando foram cultivados 10,46 milhões de hectares (ha). Os analistas chamam à atenção que em relação a segunda estimativa – divulgada no começo de junho – há acréscimo de 0,12% na intenção de cultivo, “mostrando o otimismo do mercado em relação ao grão”.
Os preços médios em altos patamares, somados a uma relação de troca com insumos mais favorável aos produtores continuam auxiliando na tomada de decisão no Estado e favorecendo a expansão espacial. “Além disso, os players (agentes de mercado e produtores) já possuem estimativas mais precisas neste mês quando comparado ao levantamento anterior, o que contribuiu com o acréscimo”, completam aos analistas responsáveis pela atualização dos dados.
Com relação às regiões mato-grossenses, o aumento mais expressivo na área estimada é no norte, com uma elevação de 15,85% se comparado à safra anterior. Um dos motivos para o destaque desta região é a possibilidade de conversão de áreas de pastagens para a agricultura, o que, aliado aos preços em maiores patamares, traz boas perspectivas para a região.
O nordeste do Estado também apontou elevação, 4,34% ante à safra 20/21, o que representa um aumento espacial de 83,81 mil ha.
Com relação às produtividades, para a safra 2021/22 serão mantidas as 57,52 sacas por hectares (sc/há) do relatório anterior, variação de 0,17% acima do observado na temporada 2020/21.
ENQUANTO ISSO NO EUA – Segundo a divulgação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgada no dia 30, a área plantada com a soja no país norte-americano registrou leve redução de 0,06%, ante o relatório de março/21. Com isso, é estimado que 35,43 milhões de hectares sejam semeados. Contudo, em função da demanda aquecida e os baixos estoques, os agentes do mercado esperavam uma maior área, de 36 milhões de hectares. Ainda, o USDA divulgou os estoques trimestrais de soja, que ficaram 2,57% abaixo da expectativa do mercado: 20,87 milhões de toneladas, contra 21,42 milhões de toneladas de média das estimativas. Essa surpresa nos números do relatório foi o que deu suporte para a elevação de 6,22% na cotação disponível (contrato de jul/21) em Chicago no fechamento da sessão da quarta-feira anterior, isso por que, os dados do Departamento indicam uma menor oferta da oleaginosa.
Marianna Peres/Diário de Cuiabá