Localizada no Portal da Amazônia mato-grossense na região norte do Estado de Mato Grosso, refúgio de diversidade de fauna e flora, Alta Floresta foi desbravada por corajosos pioneiros. Emancipada há 45 anos, atualmente a cidade destaca-se pelo turismo em meio a natureza, turismo de negócios, turismo científico, e como indutora no turismo de pesca.
Afinal o que é turismo? Turismo é um conjunto de atividades que realiza-se durante uma viagem para um local diferente do nosso entorno habitual, seja por lazer, trabalho, negócios, saúde, uma infinidade de opções.
No turismo existe uma demanda pelo inusitado e pelo convívio com o outro, inclusive com aqueles que vivem em áreas consideradas menos conhecidas, mas que detêm uma riqueza natural, cultural, imaterial e peculiar. A atividade turística contribui com esse intercâmbio entre pessoas de diferentes culturas e ainda colabora com a geração de emprego e renda.
Descobrir novos lugares, descansar, vivenciar novas experiências, os viajantes buscam conforto, segurança, organização, bom atendimento e principalmente cordialidade. Ser bem acolhido é um dos principais diferenciais turísticos, afinal uma boa cama e uma boa refeição é algo que os turistas encontram em todos os cantos do mundo, mas o bom atendimento, a presteza são diferenciais competitivos.
Um dos principais benefícios de desenvolvimento da atividade turística está na geração de trabalho e renda, atração investimentos, valorização dos produtos locais, valorização e conservação da cultura local e do meio ambiente.
Nosso desafio? Aperfeiçoar e qualificar a prestação de serviços, estarmos preparados para receber os turistas que veem o nosso município como atrativo ou como oportunidade de negócio.
Observa-se atualmente uma tendência na busca pelo turismo de experiência, nas mais diferentes localidades, regiões, seja no Brasil ou no mundo, e com isso aumentam as demandas por organização e planejamento dos locais turísticos e de ordenamento nas políticas públicas que regulamentem e incentivem atuais e novos roteiros. Alta Floresta está preparada para essa tendência, e pode oferecer muito mais com todo seu potencial em franco desenvolvimento.
O ecoturismo e o turismo científico em nosso município tem seu destaque como um produto internacional, com o empreendimento Cristalino Jungle Lodge, que gera reconhecimento internacional para Alta Floresta e região. São esforços de décadas que valorizam o que Alta Floresta tem como capital natural.
Outro destaque de nossa cidade é o capital gastronômico, seja com os peixes, com as carnes, frutas, castanhas, doces, enfim, a gastronomia regional é diversificada, e também muito elogiada pelos turistas, inclusive existe um Festival Gastronômico que é vitrine do potencial que agrega os sabores de toda a região.
Não podemos esquecer do artesanato com madeira, as sementes que são transformadas em biojoias ou ecojoias onde cada peça é original e exclusiva, o artesanato indígena, os cipós e uma infinidade de matérias primas que nas mãos de nossos preciosos artesãos se tornam souvenirs e viajam como boas recordações para o mundo todo contribuindo com a diversificação da economia local, com geração de emprego e renda.
No quesito à acessibilidade aos turistas, embora, esteja o município distante dos grandes centros, a região tem grande acessibilidade por via aérea, contando com uma das melhores e maiores pistas da região Centro-Oeste brasileira, com operações regulares prestadas por uma das melhores companhias aéreas do mundo (Azul Linhas Aéreas Brasileiras), bem como acesso terrestre por rodovias pavimentadas partindo da capital Cuiabá.
O olhar da gestão atual é aprender com as experiências dos que construíram o legado até aqui e inovar com projetos e políticas públicas que contribuam para que o município de Alta Floresta seja referência no turismo na Amazônia mato-grossense como um destino inteligente e que tenha como premissa a sustentabilidade. Como destino inserido no Bioma Floresta Amazônica, Alta Floresta necessita planejar e desenvolver com responsabilidade as políticas públicas de fomento ao turismo como atividade socioeconômica.
E como podemos avançar no turismo?
Acreditamos que com políticas públicas podemos muito mais. Políticas públicas são as ferramentas de gestão para enfrentar os problemas públicos, é uma orientação para tomada de decisão coletiva.
As políticas públicas são as decisões políticas, fruto do processo de construção e atuação dessas decisões, ou seja, uma política pública tem o objetivo de colocar o governo em ação, quando necessário, propor mudanças no rumo ou curso dessas ações. Traduzir os propósitos dos gestores em programas e ações que produzirão resultados ou mudanças reais, para organizar a atividade e viabilizar o desenvolvimento do setor turístico.
Para captar os benefícios de forma eficiente e equilibrada para o meio ambiente e para a sociedade local é preciso considerar a definição, elaboração e implementação de políticas públicas voltadas ao setor, atuando tanto no fomento ao desenvolvimento do capital humano e da cadeia produtiva do destino turístico, quanto na promoção junto aos seus consumidores – Turistas.
Planejar e administrar a atividade turística de forma qualificada é mais do que pensar em gerar emprego e renda para uma comunidade, é investir no bem estar social e na proteção do patrimônio da comunidade local.
Além disso, desenvolver o turismo com responsabilidade é um meio para fortalecer vínculos entre moradores e o território em que habitam. Esse planejamento e gerenciamento da atividade turística amparada nos princípios do desenvolvimento sustentável é mais do que atrair turistas, gerar emprego e renda para o trade turístico ou comunidades, é, sobretudo pensar sobre qualidade de vida, bem estar social, conservação dos recursos naturais, culturais e ambientais.
Ao poder público cabe prover infraestrutura básica (saúde, segurança, saneamento etc), estrutura específica (sinalização, acesso, manutenção de atrativos públicos), sensibilizar comunidade e trade turístico, promover o destino, regulamentar a atividade e principalmente, planejar políticas públicas, estabelecendo objetivos, metas e diretrizes macro, tendo em vista o desenvolvimento amplo da atividade no seu território.
Temos um longo trabalho nos próximos anos, que se constrói também sustentado nas premissas dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas-ONU, almejando ser um instrumento capaz de criar e fortalecer vínculos entre os turistas, trade turístico, comunidade e com o nosso território do Portal da Amazônia Matogrossense.
Geiziana Nunes da Silva
Diretora de Turismo,Mestra em Desenvolvimento Sustentável e Extensão pela UFLA e Bacharela em Turismo pela UNEMAT