Usando as redes sociais nesta segunda-feira (10), o deputado federal Paulo Teixeira (PT) afirmou que a China barrou o envio de 10 mil litros de insumos para a produção de 18 milhões da CoronaVac, vacina produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a Sinovac. O motivo seria as declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao país asiático na última semana.
O não envio dos insumos pela China devido a falas de Bolsonaro vai na contramão da nota emitida pelo Itamaraty na última quinta-feira (6). A pasta alegou que eventuais atrasos nas entregas dos insumos para a produção da CoronaVac não são intencionais e que a exportação da matéria-prima para o imunizante está ocorrendo em diversos países.
Um atraso no envio de insumos da produção da vacina pode afetar a entrega de imunizantes para o Ministério da Saúde. O Butantan prevê entregar mais 54 milhões de doses até 30 de agosto.
Na última semana, o presidente afirmou ver risco de uma “guerra química” e, sem citar diretamente a China, disse que o novo coronavírus pode ter sido produzido em laboratório. Além disso, também falou, com tom de critica, que o país foi o único que conseguiu crescer ao longo da pandemia.
Após as declarações de Bolsonaro, o porta-voz do governo chinês disse, sem citar o nome do presidente brasileiro, ser contra a politização da pandemia da Covid-19.
Butantan alega que falas de Bolsonaro prejudicam diplomacia
O Instituto Butantan também afirmou na quinta (6) que as declarações do presidente com críticas à China afetam a liberação de insumos pelas autoridades daquele país. O governador João Doria (PSDB), em evento para liberação de lote de cerca de 1 milhão de doses da Coronavac, também disse que as afirmações geraram mal estar na diplomacia chinesa.
Redação TV Cultura