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STF derruba Rodrigo Pacheco do muro e determina CPI da Covid

Em mais uma derrota de Jair Bolsonaro,  no Supremo Tribunal Federal, o Senado terá de iniciar, por determinação do ministro Luís Roberto Barroso, uma CPI para que se apure eventuais crimes comuns e de responsabilidade de agentes públicos da União, em relação ao combate da pandemia de coronavírus no Brasil.

Rodrigo Pacheco, presidente da Casa, recusava-se a determinar a abertura da Comissão, ainda que os requisitos legais e assinaturas necessárias houvessem sido cumpridos, o que gerou uma ação judicial no STF, impetrada por um grupo de senadores signatários da CPI, que lhes foi julgada favorável nesta quinta-feira (08).

O senador mineiro alega não enxergar proveito na Comissão e entende que a mesma pode causar malefícios ao combate à doença. Diz também que o momento não é oportuno e que toda energia deve ser usada para resolver o colapso hospitalar e trazer vacinas para o País. E, ainda, que a CPI servirá tão somente como palanque eleitoral.

Com todo o respeito que o senador merece, não vejo por que tais alegações serem corretas, afinal os trabalhos da Comissão e o combate à COVID não são medidas excludentes. Senador não é médico nem comprador de vacinas. Além disso, há 81 senadores na Casa, e uma CPI não ocupa todo o tempo disponível de suas senhorias, ué.

Rodrigo Pacheco foi apoiado pelo amigão do Queiroz, daí lhe dever favores. Além disso, o senador mineiro possui uma agenda eleitoral própria e apropriada às suas pretensões cada vez mais altas na política nacional. Daí, com extrema habilidade e “mineirice”, ocupou o topo do muro e de lá não desceu. Barroso o derrubou sem dó nem piedade.

O ministro foi assertivo na sua decisão: “cumpridos todos os requisitos legais, a minoria não pode ter seu direito de apuração sonegado por conveniência e interesses políticos”. Perfeito! Quem não deve não teme. Agora, o pai do senador das rachadinhas e da mansão de 6 milhões de reais terá de demonstrar que cumpriu suas obrigações constitucionais.

Em meio a 5 mil mortes diárias e mais de 340 mil vítimas fatais, o País merece conhecer os responsáveis por essa tragédia. Se serão punidos ou não, é outra história. Se a CPI servirá como palco para politiqueiros, também. O importante é passar a limpo o morticínio apoiado pelo devoto da cloroquina e boa parte do seu governo.

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