A julgar pelas informações que tem chegado até a redação do Jornal O Diário, algo muito sério deve ter ocorrido durante o processo de escolha da atual mesa diretora da Câmara de Vereadores no ano passado, isto porque, o presidente da Câmara Emerson Machado não tem perdido uma possibilidade sequer de demonstrar aborrecimento com o processo do qual saiu eleito. No final do ano passado, por exemplo, ao encerrar as atividades, Machado distribuiu panetones apenas para os vereadores que lhe impuseram apoio, os que não lhe deram suporte foram humilhados, dentre eles, o vereador Tuti, a quem, segundo o próprio Tuti, teria classificado pelo presidente como “covarde” por ter preferido se abster.
No entanto, agora, o problema é bem maior. Em uma gravação de reunião realizada no gabinete do prefeito, aonde se discutia apoio para duas matérias, Planta Genérica e revogação da Lei do Nepotismo, em determinado momento, Emerson Machado dispara, “pra tudo tem um jeito, mas vai ter preço”, afirmou ao mesmo tempo em que dispara, “toda ação ela tem uma reação”, além de reforçar sua intenção, “se quer o meu apoio o meu voto, não vai ser no 0800”.
Durante sua fala, Emerson Machado tentou se redimir dizendo que não se tratava de dinheiro, mas “o preço” estava informado, reunir-se com Lau (Reinaldo de Sousa) e Néia (Marineia Munhoz, vice-prefeita). Na mesma reunião, os vereadores aproveitaram para pautar a sucessão do prefeito Asiel Bezerra, afirmando que era preciso escolher quem seria o candidato à prefeito nas próximas eleições. Não é segredo para ninguém que Emerson Machado quer suceder o prefeito Asiel Bezerra, tanto que já deu diversas declarações neste sentido.
O presidente da Câmara está em viagem à capital do Estado, Cuiabá, ainda assim tentamos, via aplicativo de celular, um contato para saber seu posicionamento em torno do assunto e, até o fechamento desta edição não obtivemos resposta.
Mudando de assunto
Ontem o secretário de saúde do estado, Gilberto Figueiredo, esteve em Alta Floresta, reuniu-se no polo regional, visitou o hospital Albert Sabin, segundo o que disse, para fazer um diagnóstico e na parte da tarde esteve com prefeitos e secretários de saúde do Alto Tapajós. Sabe aquela frase do “deputado Tiririca” lá de São Paulo, “pior do que tá não fica”, parece que está sendo atualizada. O secretário veio à Alta Floresta, conversou, conversou, aliás, desconversou e foi embora sem deixar nenhuma opção aos prefeitos, preferindo sempre dizer que não tinha muitas esperanças. Foi decepcionante, esta foi percepção da maioria dos presentes à reunião. Como disse, parece que a coisa está feia.
Ao menos, o secretário foi honesto em um detalhe, “não adianta prometer e não cumprir”, o problema é que, ao prometer, pelo menos, o político se “compromete” e pode ser cobrado, ao largar ao “Deus-dará”, ou como ele disse, “Nossa Senhora da arrecadação”, aí a coisa que já está desesperadora, com pessoas morrendo por falta de coisas básicas na saúde, com as prefeituras mais e mais sobrecarregada, o povo, que já tem pouca esperança, vai perdendo as últimas que tem. Triste, mas é a realidade.