TIRO E QUEDA, por Altair Nery
Chegaram ontem à Alta Floresta os integrantes do 3º Estradeiro da Integração, que saiu na semana passada rumo o Estado do Pará (Santarém) aonde estão localizados os portos que levam a produção de toda a região norte de Mato Grosso, saída estratégica para encurtar o acesso aos Oceanos Pacífico e Atlântico.
Em que pese algumas críticas recebidas, o Estradeiro é uma maneira “barata” de fazer com que as informações e relatórios cheguem até os políticos e lideranças que têm a possibilidade de intervir de modo positivo no sentido de criar as condições para que a logística seja melhorada, ou melhor, melhorada não, seja implantada, porque ao longo de todo o trecho não há muito o que se vangloriar. Caminhoneiros, principalmente, sofrem para fazer a produção local chegar aos seus destinos. Mesmo sofrimento, enfrentado pelos produtores que não conseguem saber se conseguirão cumprir os compromissos assumidos.
Os problemas começam na parte matogrossense. As rodovias estaduais ou são de terra ou então, as já pavimentadas, estão só em buracos, sem contar na falta de acostamento, na falta de local de parada de caminhões, pontos para abastecimentos ou mesmo para alimentação.
Quando chega-se à BR 163, na cidade de Guarantã do Norte, lado mato-grossense e quando se avança para o Estado do Pará, perlo menos num trecho de cerca de 500 km, tem asfalto, mas a logística ainda assim é deficitária e os mesmos problemas que dificultam o trabalho dos caminhoneiros, como falta de local de descanso, dentre outros.
Mas o que era ruim fica pior quando o grupo avança após Novo Progresso, trechos de terra dão o tom do quanto é injusta a condição dada ao setor produtivo, se faz sol, a poeira acompanha os caminhoneiros, se chove, aí vem o tal do “Deus nos acuda”, foi o que aconteceu na volta da equipe do Estradeiro. Num trecho de 19 km, fila de caminhoneiros que não conseguiam passar nem de um lado, nem de outro.
Esta mesma cena já foi vista no passado. Continua a ser assim. E continuará do mesmo jeito se ninguém tomar uma atitude. A esperança dos organizadores do Estradeiro é subsidiar o novo Governo Federal de informações necessárias para se colocar a BR 163 como prioridade, verdadeiramente, para que, quem sabe, possamos ter condições de escoar a produção, de ver o crescimento desta região, como há muito tempo se espera.
Durante essa semana procuraremos repercutir junto aos participantes do Estradeiro para sabermos suas opiniões, seus pensamentos em torno do assunto, sobre a importância de tudo o que foi feito e sobre a expectativa de resultados, tudo para que o trabalho e a empolgação demonstrada pelo prefeito Asiel e pelas pessoas que seguiram a sua ideia não seja desperdiçada.