Bruno Felipe / Da Reportagem
Uma denúncia de maus tratos mobilizou diversos órgãos de segurança pública no final de semana. Conforme as informações repassadas pelo Sargento Luiz Fábio da 7ª Cia do Corpo de Bombeiros Militar de Alta Floresta, um animal equino do município de Carlinda estava bastante debilitado, magro e com ferimentos profundos e, ainda sim, era utilizado todos os dias para puxar uma carroça.
No sábado 28, Fábio assistiu um vídeo peito por um vizinho de chácara, mostrando o estado do animal. No vídeo, a pessoa implorava para que fosse feito algo para cessar o sofrimento da égua. “Fiquei muito aflito e angustiado ao ver que o equino possuía uma ferida enorme no dorso e ver o estado de magreza da bichinha; mesmo sendo um sábado, mais do que depressa procuramos contato do pessoal do INDEA que se prontificou em ir hoje pela manhã (domingo 29/07) fazer a autuação do dono do animal”, disse o Sargento.
Diante das informações, os soldados do Corpo de Bombeiros, um Fiscal Agropecuário do INDEA, além de dois Policias Militares e um veterinário se deslocaram ao município de Carlinda. A equipe encontrou o animal pelo caminho muito magra e quase sem forças puxando uma carroça e com uma enorme ferida nas costas onde esfregava constantemente a parte da sela que fica sob o lombo.
Ao chegar na propriedade o dono do animal foi autuado pelo INDEA. O veterinário de Carlinda lavou a ferida que tinha até miíase (larva de moscas – bicheira) e aplicou medicamento. O absurdo, segundo Fábio, é que o dono da égua não ficou convencido de que o animal não pode ser utilizado em trabalho no estado clínico em que se encontra, opondo-se às orientações que lhe foram passadas.
A Polícia Militar confeccionou um Boletim de Ocorrências em desfavor do tal dono do equino e em seguida o sujeito foi trazido para a Delegacia de Alta Floresta para lavrar um Termo Circunstanciado de Ocorrência.
Fábio explicou que é quase certo que se a égua não for retirada da posse do ‘dono’ o animal continuará a ser empregado em trabalhos no estado e possivelmente morrerá. Por conta disso, as expectativas são de que a autoridade policial possa acatar o pleito requerendo ao Poder Judiciário a apreensão da égua. “É claro que a preocupação com nossos semelhantes nos desassossega, mas se fecharmos os olhos ao sofrimento daqueles que não tem voz, jamais poderemos nos respeitar como sujeitos destinatários de dignidade indistintamente de quem possamos ser”, concluiu Fábio.