O secretário de Gestão de Pessoas da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Elias Santos, afirmou que o servidor público Luiz Candido da Silva, de 66 anos, – citado em inquérito do Ministério Público Estadual (MPE) sob a suspeita de ter morrido em 1990 e continuar recebendo salário – na verdade está vivo.
Conforme a portaria aberta pelo MPE e assinada pelo promotor de Justiça Célio Fúrio, no dia 13 de junho, o servidor da AL teria falecido no dia 20 de maio de 1990 e estaria recebendo pagamentos mesmo após a sua suposta morte.
“O MPE em momento algum fez uma consulta para verificar se o servidor tinha falecido ou não. Esse servidor não faleceu, ele entrou na AL em abril de 1983, nasceu em 1952, e aproximadamente há dois anos foi afastado da Assembleia por problemas de saúde”, disse Elias Santos.
De acordo com o secretário, Luiz Candido passou por perícia realizada pelo Estado, que acabou aprovando a sua aposentadoria por invalidez, porém, devido a demora, ele também adquiriu tempo suficiente para se aposentar por tempo de trabalho.
“Mês passado ele protocolou na Casa o pedido de aposentadoria por tempo de serviço, então eu não recebi nenhuma consulta do MP antes de abrirem esse inquérito, mas eu posso reforçar que o servidor tá vivo. E só pra ressaltar: não temos nenhum outro servidor com este mesmo nome, por isso, tenho plena convicção que se trata do mesmo servidor, até pela matrícula dele, que o promotor usou na portaria”, afirmou.
Filho quer processar
O filho de Luiz Candido, Roney Candido da Silva, de 42 anos, conversou com a reportagem do Midianews e fez duras críticas ao promotor Célio Fúrio.
Ele disse que a imagem do pai foi manchada por conta da abertura da investigação e que a família está abalada com a publicação da portaria.
“O promotor fez uma investigação infundada, denegrindo a imagem de uma pessoa que a vida inteira prestou serviço para o Estado, para o Poder Legislativo, e o cara simplesmente fala que ele morreu em 1990 e tá recebendo pagamento”, criticou.
“Meu pai está indignado, ele agora está mexendo com aposentadoria, passou a vida inteira trabalhando, no sol e na chuva. E agora vem esse cara que se diz ser promotor de Justiça levantar uma leviandade dessas com uma pessoa íntegra como é o senhor Luiz Candido da Silva, que nunca teve uma passagem pela delegacia, nunca colocou um atestado médico na AL. Meu pai já contribuiu tudo que tinha que contribuir, já tem mais de 43 anos de serviços prestados, está se aposentando por tempo de trabalho”, contou.
O empresário afirmou ainda que já acionou seu advogado e que deverá buscar a reparação pelos danos sofridos pelo seu pai.
“Eu já falei com meu advogado, ele já me orientou e se tiver que entrar na Justiça contra o MPE, nós vamos acionar, vamos processar o Estado. A lei dá o direito de o meu pai tentar limpar a honra ele, porque já sujaram o nome dele. Nós vamos fazer e procurar os nossos direitos”, desabafou. (MidiaNews)