Sem receber, unidades de saúde pararam de atender pelo plano. Servidores públicos reclamam das dificuldades em conseguir atendimento.
MT Saúde tem uma dívida de R$ 38 milhões com os hospitais e laboratórios que atendem pelo plano de saúde, que atende os servidores públicos do estado, de acordo com o Conselho Deliberativo do MT Saúde. Por causa disso, os hospitais particulares estão se descredenciando do plano.
Desde 2016, os repasses de responsabilidade do governo do estado estão sendo feitos com atraso.
“O estado está devendo R$ 38 milhões para o MT Saúde e essa é a dívida que o MT Saúde tem com a rede”, disse o servidor público Gilmar Brunetto, que é conselheiro, afirmou que o MT Saúde vem “sofrendo colapsos” desde 2012, quando os valores arrecadados tornaram-se insuficientes para manutenção da rede credenciada.
Atualmente, segundo o Conselho, que é formado por servidores públicos, o MT Saúde tem 23 mil usuários. Destes, 13 mil são dependentes. Seriam necessários mais cerca de 50 mil usuários, sendo que 20 mil jovens para que conseguir equilibrar as contas e sanar a dívida com a rede de hospitais credenciados.
De acordo com ele, o plano precisa ser readequado porque o dinheiro recolhido não é suficiente para bancar os custos. As despesas do plano giram em torno de R$ 11 milhões e o valor pago por todos os servidores não passa dos R$ 5 milhões.
Cirurgias e exames mais complexos são feitos somente com liminares judiciais. Já são mais de mil de 400 processos abertos contra o MT Saúde.
“Fui orientada a pagar pelo exame e depois entrar na Justiça para o ressarcimento”, contou a servidora.
Atualmente, na Grande Cuiabá, apenas dois hospitais ainda estão atendendo os pacientes do MT Saúde.
O MT Saúde existe desde 2004. Parte do plano é paga pelos servidores e tem a contrapartida do estado.
A maioria dos servidores não quer abandonar o plano, porque ele é mais barato que os convênios particulares.
“Não me importa em pagar um pouco mais, desde que que tenha qualidade nos serviços”, disse a servidora Célia Regina Pedroso.
O presidente do MT Saúde, Maurélio Ribeiro, disse que depende do entendimento do governo do estado. “Fazemos o gerenciamento desse recurso que vem do estado de Mato Grosso, que é composto pela receita do governo e do pagamento do beneficiário. O dinheiro chegando no momento certo a gente tenta se organizar”, afirmou.