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Pacientes comemoram cirurgias que os fará voltar a enxergar

35158002825_360b61b1f5_bA 7ª Caravana da Transformação é, para muitas pessoas, a única chance de ter uma visão normal. Dona Elinir Chiqueto Carvalho é um bom exemplo disso. Depois de perder o olho esquerdo em 2001, por conta de uma bactéria na face, ela adquiriu pterígio no olho direito. “Fiquei doente e precisei tirar o olho para não arriscar que a bactéria afetasse o outro olho ou, pior que isso, chegasse ao cérebro. Agora, com o pterígio no outro olho vejo apenas metade das pessoas. Tenho medo de ficar cega, morro de medo na verdade, e peço a Deus que isso não aconteça”, relata a senhora de 66 anos.

Ela conta que os filhos não a deixam fazer nada sozinha e, por conta disso, passa uns dias na casa de um, outros na casa de outro e por assim vai, recebendo cuidados de todos. Elenir diz sonhar em voltar a ter independência e poder cozinhar sua própria comida e poder lavar sua própria roupa.

Sebastião Fernandes tem 58 anos e seus dois olhos estão significativamente afetados pelo pterígio. O morador de Alta Floresta explica que deseja realizar a cirurgia desde 2010, mas não teve condições até o momento.

Apesar de não enxergar praticamente nada com o olho direito, ele não parou de trabalhar e é funcionário de um frigorífico onde lava carcaças. “Quando soube que a Caravana vinha para cá larguei o serviço e fui correndo fazer o agendamento. Dessa vez eu volto a enxergar bem com fé em Deus”, disse, esperançoso.

O ex-betoneiro de 61 anos, Miguel Tito Azevedo, também aguardava ansioso os exames para marcar suas cirurgias e poder assim voltar a ver com clareza. Ele tem catarata total e pterígio no olho esquerdo e catarata no olho direito. “Se Deus me der a minha vista é bom, né?”. Risonho, o aposentado olha para um panfleto e afirma ver “tudo embaralhadinho”.

Já o morador de Paranaíta, Erildo Aves, de 60 anos, afirma que nem assinar o próprio nome ele consegue mais, mas ainda não largou o trabalho. “Trabalhava com laço de boi, mas hoje só consigo vacinar o gado. Não tenho mais visão para apartar os bois e ando tropicando por falta de ver bem. Eu perdi as outras Caravanas, mas essa não”. Erildo teve indicação de urgência em sua cirurgia há mais de dois anos, mas afirma não ter tido condições de ir até Cuiabá para resolver a situação. “Estou na mão de vocês e agora vai dar tudo certo e vou poder voltar a enxergar e trabalhar direito”.

João Francisquini, de 64 anos, conta que parou de trabalhar há cerca de dois meses. Taxista e motorista de caminhão nas horas vagas, ele conta que já vinha perdendo a visão nos dois olhos há cinco anos. Para evitar um acidente de trânsito, ele, que tem catarata, decidiu abandonar o ofício, mas como ainda não é aposentado passou a depender da esposa, o que dificultou a vida financeira do casal. “Não consigo ficar parado. Se fico parado, fico doente. Não quero me aposentar ainda, e voltando a enxergar eu volto a trabalhar. Depois de parar de dirigir ainda tentei fazer um serviço, mas levei um tombo e quase quebrei as costelas, depois de escorregar por não ver direito. Nada mais me incomoda e não tenho do que reclamar, só quero voltar a enxergar para poder trabalhar”, relatou o taxista.

Nos dois primeiros dias de atendimentos na cidade de Alta Floresta, a 7ª Caravana da Transformação já realizou 1824 consultas e 6974 procedimentos oftalmológicos. As cirurgias começam a ser realizadas nesta quinta-feira (08.06).

Fonte: GCom MT

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