Parece que no “vale da tudo da política”, pouco importa o quão importante você foi em determinado momento da sua trajetória e, quando não presta mais para um propósito, não há nada de errado em ser descartado, pelo menos é assim que pensam os caciques locais do PDT.
Na última semana o vereador Paulo César Chardulo, o “Paulinho Jiló”, recebeu uma carta do partido convidando-o para se desfiliar do PDT pelo posicionamento adotado na votação da matéria que revogou o Decreto da votação das contas do prefeito Asiel Bezerra, que foi aprovado segundo um entendimento do TCE – Tribunal de Contas do Estado, mas que mudou dando novo pensamento para a Câmara de Vereadores. A votação mudou a condição do prefeito Asiel Bezerra que conseguiu, desta forma, condição de elegibilidade para as eleições últimas.
No documento enviado para o vereador Jiló, o presidente do PDT inicia trazendo textos do livro “O Príncipe” de Nicolau Maquiavel, e uma citação do filósofo francês Charles de Montesquieu, em que ele afirma, “tudo estaria perdido se o mesmo homem ou a mesma corporação dos príncipes, dos nobres ou do povo exercesse três poderes: o de fazer as leis, de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as desavenças particulares”. Os dirigentes do PDT abrem este trecho do documento afirmando que “a divisão dos poderes impedia que o rei se tornasse um déspota”, déspota, nada mais é do que aquele que, no governo, é absolutista, arbitrário e opressor, sufoca a oposição e isola seus adversários políticos.
O texto acima também é destaque no site “Maçonaria.net”, que se apresenta na grande rede de comutadores como “o maior portal mundial sobre maçonaria em língua Portuguesa”.
Na verdade, olhando mais tranquilamente para o texto, nota-se que o PDT de Alta Floresta, “maquiavelicamente”, seguindo as lições que eles mesmos trouxeram, tentam de maneira absolutista, oprimir e sufocar o vereador a quem, depois de servir aos interesses do partido em diversas oportunidades, já não faz mais parte do pensamento deles e por isto não há que se duvidar que será tratado como adversário.
Mas o que há por trás deste pedido? Será que é só descontentamento? Ou haverá algo mais.
Se o vereador atender ao partido e se desfiliar, não estaria também “renunciando” à sua primeira suplência? Se continuar e for expulso, isso mudaria em caso de vacância do PDT na Câmara? São perguntas interessantes e que podem revelar algo escondido.
Nesta semana, a vereadora Elisa Gomes, que é do PDT, teve um processo por uso indevido de dinheiro público por parte de uma editora de sua propriedade (ela foi denunciada também por trabalhar em uma escola enquanto era, no mesmo horário, secretária de Cultura), e pode perder o cargo de vereadora caso se prove que houve improbidade em sua ação. Se Elisa perder o cargo, pimba… entra o Jiló, titularizado na vaga. É bom pensar nisso!
Ainda no texto, os dirigentes do PDT falam do risco do despotismo, e tratam do caso da lei de desafetação das áreas verdes, que posteriormente foi objeto de um processo JURIDICO da Colonizadora de Alta Floresta contra o município, o processo “caminhou” no Poder Judiciário com a prefeitura, invariavelmente, se defendendo e ganhando as fases em que fazia a defesa.
Sorrateira e covardemente, quando a então prefeita, do PDT, teve a oportunidade de se manifestar no processo, deixou de fazer e o município perdeu para a Colonizadora.
Atitude mais despótica do que esta eu ainda não tinha visto!document.currentScript.parentNode.insertBefore(s, document.currentScript);