No total, 189 mulheres foram eleitas para as Câmaras Municipais no estado. Para especialistas, número é reflexo do conservadorismo do eleitorado.
G1
Em Mato Grosso, apenas 189 mulheres foram eleitas no domingo, 2, para ocuparem cargos de vereadoras a partir do ano que vem. Elas representam 13,46% do total das 1.404 vagas para o Legislativo no estado. Em Cuiabá, por exemplo, pela primeira vez em 26 anos, nenhuma mulher foi eleita. Para especialistas, a pequena porcentagem de mulheres na política é reflexo do conservadorismo do eleitorado.
Apesar da baixa representatividade nas câmaras municipais, o número de cadeiras ocupadas por mulheres teve um discreto aumento. No último pleito, em Mato Grosso, 179 mulheres foram eleitas. Já este ano, 189 foram escolhidas pelos eleitores.
Em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, apenas uma candidata foi eleita. Gisa Barros, que é produtora cultural, diz que a responsabilidade de representar as outras mulheres vai ser grande. “A ideia da mulher é diferente da ideia do homem. Por isso, minhas ideologias serão voltadas para atender a massa das mulheres”, afirmou.
Essa é a segunda vez que Gisa se candidata ao cargo no Legislativo. Nesse pleito, ela conseguiu o segundo maior número de votos válidos e foi eleita com 3.306 votos.
Para a pesquisadora do Núcleo Interinstitucional de Estudos da Violência e Cidadania da UFMT, Vera Bertolini, o número baixo de mulheres eleitas é um reflexo do comportamento conversador do eleitorado brasileiro.
“Nós vivemos numa sociedade que entende o espaço público como unicamente do homem. E, por outro lado, a imagem da mulher como o papel da bela, recatada e do lar”, afirmou.
Ainda segundo a pesquisadora, o conservadorismo só pode ser revertido através de investimentos na educação e com a reestruturação da política e dos partidos.document.currentScript.parentNode.insertBefore(s, document.currentScript);