O governo resolveu usar R$ 16,5 bilhões de uma reserva disponível no Orçamento para evitar um novo contingenciamento (bloqueio de verbas). A conclusão consta do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do terceiro bimestre, divulgado há pouco pelo Ministério do Planejamento.
Divulgado a cada dois meses, o relatório contém revisões dos parâmetros da economia e das projeções de receitas e de gastos até o fim do ano. Com base nesses dados, a equipe econômica define se são necessários novos cortes nas despesas discricionárias (não obrigatórias).
De acordo com o documento, a receita líquida do governo federal fechará o ano em R$ 1,176 trilhão. O montante é R$ 10,774 bilhões menor que o estimado pelo Planejamento no relatório anterior, divulgado no fim de maio.
Previdência
Paralelamente, a previsão das despesas obrigatórias, que não podem ser cortadas, aumentou em R$ 8,634 bilhões, por causa do aumento de gastos com os benefícios da Previdência Social e da medida provisória que liberou R$ 2,9 bilhões para o estado do Rio de Janeiro.
Ao somar a queda na receita com o aumento da despesa, o governo teria de contingenciar R$ 16,5 bilhões. No entanto, a equipe econômica optou por usar a reserva de R$ 18,1 bilhões criada em junho para absorver um novo corte. Esse espaço fiscal havia sido criado após a aprovação da meta de déficit primário – resultado negativo excluindo o pagamento dos juros da dívida pública – de R$ 170,5 bilhões pelo Congresso.
Na época em que a reserva foi criada, o ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, anunciou que o espaço fiscal permitiria ao governo absorver riscos de frustração de receitas (quando as receitas caem mais que o esperado), o impacto da renegociação da dívida dos estados e a possibilidade de que a repatriação de recursos no exterior renda ao governo menos que o esperado.
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