Capa / Sem categoria / ARTIGO: Golpes e ladroagens

ARTIGO: Golpes e ladroagens

ArtigoO Brasil é um país riquíssimo em ladrões e golpistas. É também um grande acolhedor dessa categoria de pessoas. Basta lembrar o assaltante do trem pagador inglês, Ronald Biggs. Depois de roubar um trem inteiro de dinheiro, veio passar a vida em um paraíso chamado Rio de Janeiro.
O jornalista quer trabalhar outras pautas, mas fica impossível não falar em golpes e ladrões. Tudo por indignação ética. Assim, as outras pautas ficam de lado, envelhecendo e perdendo a possibilidade de serem publicadas. E o jornalista repete eternamente o drama do golpe e da ladroagem. Em meio a tantos ladrões e golpistas, parte da nação se mobiliza para derrubar da presidência uma pessoa que nunca roubou sequer uma caneta bic e sobre quem não pousa nenhuma cláusula legal que poderia levá-la à deposição.
Desde a semana passada, quem se preocupa com o Brasil vem pensando na liberdade de notórios ladrões como Marco Polo del Nero e Ricardo Teixeira, diretores da CBF. O meio esportivo é o lugar onde mais floresce a ladroagem. Ali corre muito dinheiro público na forma de dívida.
Quem se preocupa com o Brasil deve estar pensando também em Eduardo Cunha. No momento, o mais famoso e odiado ladrão público. Ele e os diretores esportivos estão todos soltos e dando as cartas. Mesmo afastado, Del Nero continua dando as cartas na CBF. Sem afastamento, Eduardo Cunha continua dando as cartas na Câmara dos Deputados, com os mesmo golpes de sempre.
É de se envergonhar o fato de outros países decretarem a prisão desses brasileiros. Eduardo Cunha não pode colocar o pé na Europa. Se o fizer, vai para o xilindró, na Suíça. Del Nero e Ricardo Teixeira estão no mesmo caminho. A Suíça e os Estados Unidos estão à procura deles. Mais cedo ou mais tarde cairão. Mas se depender do Brasil, ficarão eternamente em liberdade. Este fato, além de provocar vergonha, gera uma tremenda indignação ética em qualquer pessoa que sabe pensar um pouco.
Enquanto isto, do outro lado, arma-se a maior arapuca contra a Presidente da República. E as traições começam a acontecer no cenário político contra uma pessoa que não cometeu crime algum. Os paulistas novamente no protagonismo da traição. Agora na figura multifacetada do vice-presidente da República que somente ontem descobriu que a vice presidência é posto decorativo.
Numa carta, com erro de português, o vice presidente se comporta como uma criança e chora as pitangas. Na verdade, é uma justificativa inconsciente de seu ato de traição e de sua união com o mais conhecido ladrão do momento, Eduardo Cunha. O problema é que, na política das alianças, nada é decidido sem o PMDB. Del Nero, Ricardo Teixeira, Eduardo Cunha e tantos outros ladrões continuarão soltos e dando as cartas e a Dilma poderá ser cassada sem ter roubado sequer uma caneta bic, como disse a Senadora e Ministra Katia Abreu.
Sem presidentes honestos e tendo os honestos cassados, cidadãos brasileiros desonestos continuarão sendo processados em outros países por causa da inércia e da seletividade de nosso judiciário que se dispõe até a inventar institutos jurídicos para prender petistas ao mesmo tempo em que ignora as provas e evidências quando se trata da prisão de nossos ladrões profissionais. Assim, o Brasil se caracteriza cada vez mais como terra geradora e acolhedora de ladrões.

Paulo da Rocha Dias é jornalista, professor do Curso de Jornalismo da UFMT e autor, dentre outros, do livro de crônicas “Um chapéu, um cavalo branco e uma lanterna“}

Sobre admin

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Required fields are marked *

*

Scroll To Top