Uma imersão nas cores e sabores da gastronomia paraense levou representantes do Grupo Gestor de Turismo de Alta Floresta e Paranaíta, do setor de alimentos, cultura, e da administração pública desses municípios, a participarem da Missão Técnica de Gastronomia e Cultura na cidade de Belém (PA), entre os dias 26 a 31 de maio. A ação, promovida pela Companhia Hidrelétrica Teles Pires (CHTP) e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/MT), apresentou aos participantes o tradicional festival gastronômico Ver-o-Peso da Cozinha Paraense além de vários pontos e produtos do turismo local.
Na programação, o grupo participou de oficinas de culinária, visitou pontos turísticos de Belém, conheceu produtos e artesanatos típicos da região, a rede de comercialização desses produtos, visitou os restaurantes do festival além de reuniões com representantes da Secretaria Estadual de Turismo do Pará e com a diretora do Instituto Paulo Martins responsável pela organização do evento paraense, Joana Martins, que apresentou o processo de criação do Festival, as dificuldades e os aspectos positivos do evento que podem contribuir no planejamento da 2ª Edição do Festival Gastronômico Sabores da Floresta que acontece esse ano em Paranaíta e Alta Floresta.
“O grupo está empenhado em ações voltadas para o desenvolvimento do turismo e isso representa promover atividades culturais, gastronômicas, artesanais e turísticas. Essa viagem apresentou experiências bem sucedidas que servirão como exemplos para criação e execução de projetos para a nossa região. Até as falhas do festival paraense foram consideradas para indicar ao grupo daqui o que não fazer. Esse ano, os empresários vão realizar a segunda edição do Festival Gastronômico Sabores da Floresta e voltaram dessa missão com a certeza que estão no caminho certo”, pontuou Marcileny Miranda, coordenadora de Socioeconomia da CHTP.
“Quando programamos essa missão, pensamos em três pontos chaves, o primeiro foi em relação a gastronomia paraense que tem destaque nacional e internacional e a gente queria entender como uma culinária com elementos típicos de alta particularidade conseguiu ganhar o mundo, o segundo foi identificar o trabalho que o Governo do Estado e as instituições fazem na criação, recuperação e reestruturação dos atrativos turísticos e o terceiro foi de buscar inspiração para que os nossos empresários possam entender como utilizar os elementos da Amazônia na gastronomia de acordo com a nossa realidade como forma de valorização dos produtos e da cultura local”, destacou a técnica do Sebrae/MT, Cynthia Justino.
O Festival gastronômico Ver-o-Peso da Cozinha Paraense está na 13ª edição, e esse ano apresentou em sua temática as cores e sabores dos produtos da Ilha do Marajó. O evento, considerado o maior e mais antigo do setor na Amazônia, engloba na programação de divulgação e do próprio festival, circuito gastronômico, aulas e oficinas de culinária, feira de produtores, participação de chefs renomados de diferentes nacionalidades, palestras, concurso, entre outras atrações de uma extensa agenda.
De acordo com o chef de cozinha e sócio proprietário de um dos restaurantes participantes do Ver-o-Peso, Felipe Castanho, durante o festival eles recebem cerca de 60% a mais de clientes no estabelecimento. “O festival movimenta a cidade toda e a gente consegue mostrar a nossa cultura, o nosso município que tem um grande potencial de crescimento nesse setor”, disse.
Para a participante do Grupo Gastronômico de Alta Floresta, Josieny Amorim, o ponto principal foi diagnosticar a necessidade de criar uma identificação turística para a região. “Precisamos pesquisar mais nossos produtos, não só a gastronomia, mas também o artesanato e as manifestações culturais também para estabelecer e valorizar nossa identidade. Esse ano, vamos desenvolver novas receitas no festival, pesquisar produtos diferenciados e fazer algo mais aberto para envolver toda a cidade e ter um evento bonito, e com mais qualidade. Hoje nosso grupo não se vê mais como concorrentes e sim como parceiros nesse projeto”, disse.
Segundo o integrante do Grupo Gestor de Turismo de Paranaíta, Jackson Aragão, os ingredientes da Amazônia podem ser um poderoso aliado no fomento ao turismo. “Podemos ter um diferencial ao utilizar na culinária os ingredientes amazônicos. Hoje nossa amazônia-matogrossense é pouco conhecida, as pessoas identificam mais como ponto de pesca e precisamos mudar essa visão.Na viagem percebemos que estamos a frente em muitos aspectos e agora precisamos buscar patrocínios, chefs de cozinhas de outras regiões para divulgar nossos atrativos pelo Brasil e valorizar mais nossos produtos”, relatou Aragão.