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Professor da UFMT faz descoberta que entrará para a história de Alta Floresta

Alta Floresta aérea
O professor Valdinir Piazza Topanotti, do departamento de arquitetura e urbanismo da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) fez uma descoberta, durante pesquisa para uma tese de doutorado, que tem o condão de corrigir um dado histórico de Alta Floresta, ao identificar a ganhadora de um concurso realizado por uma emissora de rádio da Capital, a Voz do Oeste e jornais cuiabanos, organizada pelo coronel José Meirelles, para a escolha do nome de uma “futura cidade” que seria encravada no meio da floresta Amazônica. A professora, hoje aposentada, Nélza Luci Asvolinsque Faria, mesmo sem nunca ter visitado esta parte do estado, nem antes, nem depois da definição do nome, foi quem denominou “Alta Floresta”, ganhando um prêmio em dinheiro que, hoje daria em torno de mil reais.

Na edição de ontem do Diário, publicamos um artigo assinado pelo professor Piazza, que explicava passo à passo a criatividade da professora, que afirmou ter escolhido o nome rapidamente, após uma conversa com seu marido. Nélza Luci Asvolinsque Faria, não conhece Alta Floresta, mas imagina como seria a cidade a quem deu denominação. “Ouvi dizer que é uma cidade bonita, que tem avenidas largas”, disse ao pesquisador.

Valdinir Piazza TopanottiComo descobriu – O professor Aldinir Piazza Topanotti fez a descoberta “por acaso”, durante a pesquisa onde pretende contar toda a história de urbanização de nossa cidade, desde o início até os dias atuais, passando por todas as alterações que ocorreram ao longo da curta história de Alta Floresta.

Paranaense da cidade de “Dois Vizinhos”, professor Piazza está em Mato Grosso há 30 anos e desde então se interessa pelas condições urbanísticas de várias cidades. Para a sua tese de doutorado, escolheu Alta Floresta como objeto de estudo, devido as informações que tinha sobre o projeto de Alta Floresta, “um projeto que era moda na época, a semelhança com Brasília, uma teoria do urbanismo inglês que veio pro Brasil e se espalhou por outras cidades também e que já logo depois de Brasília começava a ser questionada que não era muito apropriada para a população, mas os urbanistas brasileiros ainda continuavam trilhando este caminho de muitas áreas verdes, muitas áreas livres, grandes avenidas e ao longo do tempo isso foi sendo comprovado que era uma dificuldade para a população”, disse o pesquisador.

Segundo Piazza, a sua pesquisa está em estágio avançado, as informações coletadas já estão sendo todas registradas, as ideias originais dos responsáveis pela urbanização de Alta Floresta já estão devidamente compiladas e o momento agora é de avaliar a situação atual, “aquela intenção do urbanista na década de 70, como ela se configura hoje?, o que permaneceu?, o que deu certo?, o que a população não aceitou, exigiu modificações?, estou identificando a situação mais atual, levantando aspectos de legislação que interferiu no desenho da construção da cidade, aspectos de gerenciamento, de administração pública que interferiu na modificação e na construção da cidade, aspectos da iniciativa privada, que construiu novos loteamentos, que a cidade expandiu, se estendeu por distâncias bastantes razoáveis e como é que a população usa estas cidades feitas primeiramente naquela concepção e como usa atualmente”, disse o pesquisador.

A descoberta – Durante as entrevistas que fazia para subsidiar sua pesquisa acadêmica, o arquiteto urbanista conversou com um colega de profissão que lhe lançara uma indagação, “o que você está estudando em Alta Floresta?”. Ao explicar de que se tratava, seu interlocutor informou que sua cunhada, a professora Nelza Luci, é quem havia dado o nome à cidade de Alta Floresta. Imediatamente, conta o pesquisador, “acendeu uma luzinha”, pois estaria diante de um dado muito interessante para sua pesquisa. Mal sabia que aquele dado, havia ficado perdido na história de Alta Floresta. Após contato com a professora, ele descobriu que ela participou na época de um concurso, ganhou o primeiro lugar, foi chamada para receber o prêmio, mas acabou perdendo completamente a ligação com os organizadores do concurso e com Alta Floresta. Sua história, aliás, ficou “perdida no tempo”. Algumas pessoas mais antigas até sabiam, por contato com o falecido colonizador de Alta Floresta, Ariosto da Riva, que o nome fora escolhido em concurso, mas a identidade da professora era até então desconhecida. “As pessoas que eu conversei sabiam que o nome da cidade tinha sido escolhida por um concurso, mas quem tinha sido o vencedor do concurso, parece que aqui já havia se perdido esta informação”, afirma o pesquisador, “acho que essa é uma contribuição que meu trabalho já está dando, mesmo sem ter sido terminado, mas está dando a contribuição que eu espero que se faça justiça com esta senhora que deu o nome à cidade, que é um nome muito interessante, e a escolha foi muito feliz”, afirmou.

A descoberta do professor Piazza, provavelmente, precisará passar pelo crivo de pioneiros, pessoas que viviam na época em que o município começou a ser colonizado para que seja reconhecida na história, isto porque, apesar das evidências apresentadas, não há documentos que comprove que ela tenha sido de fato a responsável pelo nome da cidade, dificuldade que, segundo pesquisador, será vencida com o contato das autoridades com a professora Nélza Luci Asvolinsque Faria. “Creio que ela não tem mais registro disso, alguma medalha, alguma coisa assim, mas o que ela conta em detalhes, de conversa como surgiu o nome, eu acredito que não tem como deixar nenhuma duvida de que foi ela”, afirmou, dizendo que manteve contatos informalmente com o prefeito Asiel Bezerra, para informar da sua descoberta, tendo informado também à integrantes do poder Legislativo altaflorestense sobre a localização da ganhadora do concurso que deu o nome à Alta Floresta.

Altair Nery

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