Capa / Em Destaque / Sem prêmio dado a Kahn em 2002, Alemanha realça feito coletivo

Sem prêmio dado a Kahn em 2002, Alemanha realça feito coletivo

CopaA eleição de Lionel Messi pela Fifa como o melhor jogador do Mundial foi questionável, principalmente porque ele não se destacou no jogo mais importante do torneio, perdendo a final para a Alemanha por 1 a 0. Campeão, o time europeu não tem um craque indispensável como o camisa 10 argentino – se vale mais de um forte jogo coletivo -, mas até poderia reivindicar o prêmio individual se quisesse. Não faz questão.

Comandada pelo mesmo treinador, Joachim Low, desde o período seguinte à Copa do Mundo de 2006, a equipe que disputou a edição brasileira do torneio foi a que teve mais jogadores indicados à Bola de Ouro. Foram eles o lateral direito Phillip Lahm, o zagueiro Mats Hummels, o meia Tony Kroos e o atacante Thomas Muller. Em seguida, vieram os argentinos, que, além de Messi, concorriam com o volante Javier Mascherano e o atacante Ángel Di María.

“Você respeita, parabeniza, mas tenho outra opinião”, disse o meio-campista Bastian Schweinsteiger, sobre Messi, autor de quatro gols em sete partidas (ou nas três primeiras), ter sido o escolhido. “Quando você vê caras como Thomas Muller, Manuel Neuer, Phillip Lahm…”, prosseguiu, para uma breve pausa reflexiva. “Esses caras jogaram um torneio incrível. Eles poderiam ter sido eleitos, mas estão felizes porque ficamos com o título”.

É por aí. Em 2002, na última vez em que a Alemanha havia chegado à final até então, o goleiro Oliver Kahn foi eleito o melhor jogador da competição – apesar de ter falhado no primeiro gol de Ronaldo, na vitória por 2 a 0 que deu o título ao Brasil. Na ocasião, o ex-jogador admitiu o óbvio: preferiria ter ficado com o troféu principal. Deve ser esse o sentimento de Messi agora. Já Lahm, Hummels, Kroos e Muller provavelmente estão pouco se importando com a premiação individual neste momento, como disse Schweinsteiger.

“O coletivo esteve muito forte”, preferiu enfatizar o técnico alemão. “O Schweinsteiger nos liderou, o Lahm correu de ponta a ponta por muitos quilômetros… Antes do jogo, falei para eles que fazer mais do que já fizeram para conseguir algo que jamais conseguiram”.

“Desde o inicio, sabíamos que não teríamos apenas 11 em campo, que precisaríamos de 14. Todos precisavam, de fato, estar prontos”, acrescentou Low, que já havia ficado com a terceira colocação do Mundial em duas oportunidades. A primeira delas, como assistente de Jurgen Klinsmann, em 2006. Quatro anos depois, como treinador principal da equipe nacional.

Coincidência ou não, no último título da Alemanha (em 1990, igualmente sobre a Argentina), o melhor jogador do torneio não foi da seleção campeã, mas sim Salvatore Schilalci, da anfitriã Itália. Nas duas primeiras conquistas alemãs, em 1954 e 1974, essa premiação não existia.

*Com Gazeta

Sobre admin

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Required fields are marked *

*

Scroll To Top