A prefeitura de Carlinda, através da secretaria municipal de educação vem desde o começo deste mês de janeiro discutindo com a comunidade escolar a possibilidade de fechamento de duas unidades escolares localizadas na zona rural do município. O problema no setor educacional se arrasta desde 2011, naquela época já havia sido identificada a necessidade do remanejamento escolar.
As escolas de ensino fundamental, Monteiro Lobato e Padre Geraldo da Silva Araújo, hoje contam com um número reduzido de alunos, para se ter ideia, quando implantadas as unidades atendiam um número muito maior de alunos, a escola Monteiro Lobato, desde o ano passado atende cerca de 90 alunos, em 1.999 quando implantada a escola chegou a atender 350 alunos. Atualmente nestas unidades, os alunos estão inseridos no sistema de ensino multifase, que reúne alunos de várias fases em uma única sala, o que compromete o ensino/aprendizado.
“Todos nós sabemos que quando se coloca vários alunos de turmas diferentes dentro de uma sala é complicado, até para o planejamento pedagógico é difícil e isso compromete a qualidade de ensino e se temos a possibilidade de melhorar, acho que é isso que tem que ser considerado”, disse.
Mesmo com o formato de ensino multifase, há turmas com 12, 15 alunos. Hoje o MEC passa em média R$ 1.300,00 anuais por aluno, se dividido pelos 200 dias de ano letivo, o valor diário é de R$ 6,50 (seis reais e cinquenta centavos), esse recurso é utilizado para folha de pagamento, transporte escolar, merenda e demais ações da secretaria de educação ao longo do ano.
O secretário lamenta que pessoas mal intencionadas tenham utilizado a situação para promover politicagem junto aos moradores, distorcendo os fatos.
Carlinda enfrenta hoje problemas financeiros e para evitar um comprometimento maior da gestão pública, a administração decidiu adotar medidas de contingenciamento, com o fechamento das duas escolas, estimativa aponta que o município terá uma economia mensal de aproximadamente R$ 50 mil, dentro do ano o volume pode chegar a R$ 600 mil reais.
Com vigência da lei 11.738/2008 municípios que não tem renda própria passaram a enfrentar dificuldades para o pagamento do piso, hoje com a aplicação da proporcionalidade o município paga R$ 1.175,25 ao professor.
Com o fechamento das escolas, os alunos não ficarão desassistidos, além disso, haverá uma melhora na qualidade do ensino, uma vez que o aluno passará a estudar em turmas que englobam crianças do seu ciclo de ensino, acabando com o ensino multifase que vem sendo oferecido hoje nestas unidades.
Segundo o secretário de educação Damião de Souza, uma das preocupações dos moradores é quando ao transporte escolar e a distância a ser percorrida pelos alunos. A secretaria percorreu os trechos e constatou que haverá um aumento mínimo na distância do transporte que hoje é oferecido.
A secretaria já traçou opções de atendimento aos alunos, criando uma logística que visa diminuir o impacto na vida educacional dos alunos, o tema será debatido com os pais. Conforme o secretário Damião de Souza, os alunos da Monteiro Lobato, que residem na Linha F, Triangulo e Balsa da Indeco terão a possibilidade de estudar na Escola Frei Caneca, o trecho a ser percorrido deve aumentar algo em torno de um quilometro. Uma conversa será realizada com a direção da escola, visando discutir a demanda de atendimento.
Já os alunos que estudam na escola Padre Geraldo, os alunos que residem no Ramal do Pinho, Castanheira e São Carlos, Lagoa da Mata serão remanejados para a escola Cecília Meireles (Comunidade Del Rey). Os alunos da estrada A, Cerejeira e Cumaru passarão a estudar na escola Manoel Bandeira no perímetro urbano. Hoje cerca de 200 alunos da zona rural já estudam escolas localizadas no perímetro urbano de Carlinda.
Os ônibus que irão atender o transporte escolar para estas comunicadas serão veículos novos, que serão adquiridos pela administração municipal.
Reportagem – Clay Jr.
Assessoria de Comunicação.