Após quase três horas de reunião nesta segunda-feira (2) no gabinete do governador Silval Barbosa(PMDB), em Cuiabá, os trabalhadores da educação do estado e o governo não chegaram a um consenso e a greve da categoria, que começou no dia 12 de agosto, deve continuar. Cerca de 430 mil alunos já estão sem aula em Mato Grosso.
Mesmo assim, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação no Ensino Público (Sintep), Henrique Lopes do Nascimento, considerou que houve avanços no Palácio Paiaguás, pelo fato de o governador ter recebido a categoria, mas destacou que não houve proposta para atender às reivindicações.
“Teve uma reunião produtiva, do ponto de vista do acolhimento, mas do ponto de vista construtivo, não teve nada de concreto. Não tem nada que assegure aquilo que, efetivamente, os trabalhadores da educação estão reivindicando. Não há proposta feita pelo governo”, afirmou.
Greve
Os trabalhadores pedem o reajuste salarial de 10,41%, inclusão da hora-atividade para professores contratados, melhoria na estrutura das escolas e a posse dos classificados do concurso público realizado em 2010 no Estado.
O secretário-chefe da Casa Civil, Pedro Nadaf, declarou que o governo quer avançar nas negociações com os grevistas, mas que é preciso ficar atento ao orçamento do Estado.
Nadaf disse ainda que o Governo deu, este ano, aumento de 8% para a classe. “Isso é acima daquilo que era previsto dentro da nossa LOA [Lei Orçamentária Anual], e já trouxe um ônus financeiro para o Governo do Estado”, frisou.
O presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa (AL), deputado Alexandre Cesar (PT), também participou da reunião e disse esperar que o Estado aumente os recursos do orçamento do Estado para o setor, que estão abaixo do que consta da Constituição do Estado, a qual prevê repasse de 35%.
Negociação
Uma nova reunião foi marcada para esta terça-feira (3), na Secretaria de Estado de Educação (Seduc), entre o titular da pasta, Ságuas Moraes, o Sintep e a Comissão de Educação da AL.