A Polícia Civil confirmou nesta quinta-feira, 27, a prisão preventiva do delegado João Bosco Barros Ribeiro, decretada por envolvimento com fornecedores e distribuidores de drogas na Grande Cuiabá. Polêmico, o delegado sempre esteve atuando em crimes considerados de grande repercussão no Estado, como o “Caso Leopoldino” e também na morte da estudante Eiko Uemura, além do caso do empresário José Osmar Borges. Foi presa também a agente Gláucia Cristina Moura Alt, esposa do delegado.
Bosco e a esposa foram presos por agentes da Corregedoria da Polícia Civil, dentro da operação “Abadom”, deflagrada para o cumprimento de prisões preventivas decretadas pela Justiça no Estado. O delegado era considerado um dos agentes mais respeitados da Polícia de Mato Grosso. Porém, segundo fontes policiais, preservada fontes criminosas em suas investigações.
Em 2011, ele se envolveu em um polêmico caso de transferência. Ele denunciou a cúpula da Segurança Pública no Estado por mandá-lo para uma cidade de baixa repercussão, Acorizal, por causa de suas criticas. Na época, ele se encontrava no Centro Integrado de Segurança e Cidadania (CISC).
A prisão de João Bosco surpreende tanto a cúpula da Policia Militar quanto investigadores que não conseguem compreender o envolvimento do delegado na ação criminosa. “É incrível. O João Bosco sempre foi tido como um dos melhores delegados de Mato Grosso. Sempre esteve à frente de grandes ações. Se realmente for verdade a informação de que esteja ao lado de marginais é uma tristeza para a nossa classe”, disse um delegado ao Portal de Notícias 24 Horas News e que pediu para não ter seu nome mencionado.
A operação “Abadom” foi deflagrada pela Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE). Ao todo, um grupo de 51 policiais civis foi mobilizado para a operação. Além das prisões, foram determinadas ainda 10 buscas e apreensão.
De acordo com a assessoria da Policia Civil, quatro pessoas já tiveram os mandados de prisão cumpridos. Cinco detentos da Penitenciária Central do Estado (PCE) também tiveram ordens de prisão cumpridas dentro da unidade prisional, em Cuiabá.
As investigações iniciaram há 7 meses com a prisão em flagrante de uma pessoa na rodoviária de Várzea Grande. A partir desse flagrante a Delegacia de Entorpecentes foi reunindo provas que levaram a identificação da quadrilha desarticulada nesta quinta-feira.
O nome “Abadom” refere-se a ruína e destruição que as drogas causam nos usuários e família.