O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) é citado cinco vezes pela Promotoria do Rio de Janeiro como líder de organização criminosa. As citações estão no relatório do pedido de prisão do ex-assessor Fabrício Queiroz e de sua esposa Márcia Oliveira de Aguiar, ordenados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ).
Na representação enviada à Justiça, o MP do Rio fez diferentes referências ao senador. Em cinco delas, ele foi descrito como “líder da organização criminosa” instalada em seu gabinete quando deputado estadual na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Segundo reportagem do jornal O Estado de São Paulo, as indicações tratam de depósitos fracionados em dinheiro na conta de Flávio, pagamento de boletos do parlamentar por Queiroz e supostos crimes cometidos por seu advogado à época.
Flávio e Queiroz estão no centro das investigações do MP do Rio sobre supostos crimes de peculato, nome dado ao crime cometido por qualquer servidor público que se apropria de dinheiro ou qualquer bem que tenha acesso devido ao cargo, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Os supostos crimes foram praticados entre 2007 e 2018. As investigações estão focadas nos desvios de salários dos assessores da Alerj, conhecido como rachadinha, que ocorriam “de forma reiterada e estruturada”, diz trecho da representação do MP do Rio.
Queiroz foi preso em Atibaia, no interior de São Paulo, na residência de Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro e de Flávio até três dias depois da prisão do ex-assessor.
Segundo o senador, Wassef deixou de ser seu advogado no último domingo (21). Após a operação, Flávio negou as acusações de rachadinha e se disse “vítima de um grupo político”.