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TIRO E QUEDA 18.04

TIRO 01

Foi homologado ontem  o acordo em que as crianças que foram trocadas em maior de 2017 na maternidade do Hospital Regional, sejam (des) trocadas e recebidas em suas famílias biológicas. A Justiça, ouvido o Ministério Público Estadual e as próprias famílias, demonstrou uma grande preocupação com as condições das crianças, a carga emocional que por certo terão de suportar a partir de agora e as condições em que a troca serão feitas. A troca é imediata, mas haverá um prazo mínimo de adaptação de três meses em que as famílias serão “obrigadas” a abrirem suas casas para as famílias trocadas. Tudo pelo bem, estar das crianças.

Infelizmente, chegou-se a esta condição por causa de uma falha de procedimento, lá atrás, por parte do Hospital Regional de Alta Floresta. Esta falha agora é inegável. Quando chamado à se explicar, a direção do HRAS José Marcos fez questão afirmar que não houve erro, até mesmo em “nota oficial” dizendo que, o hospital não havia encontrado “qualquer falha nos procedimentos adotados, pois as crianças saíram corretamente identificadas constando o nome da mãe, data, horário do nascimento e sexo, as mães estiveram alojadas no mesmo ambiente após o parto em conjunto com seus RN’s até a alta hospitalar”, disse em fevereiro deste ano.

O erro está confirmado. O dano moral que essas famílias estão sofrendo e ainda irão sofrer, é algo que não se pode medir com uma régua. O Estado deve ser chamado à responsabilidade. O Hospital Regional deve no mínimo um explicação à sociedade sobre o erro que cometeram, afinal, não foi um “errinho” e ainda mais, eles foram alertados oportunamente, poderiam ter tomado as decisões corretas, quem sabe eles mesmos provocarem os mecanismos para a confirmação que se chegou ontem e fazerem a (des) troca que a justiça agora determina.

A notícia de uma possível troca de bebês veio a público no início deste ano, no dia 7 de fevereiro, quando Francielli Monteiro Garcia usou sua página pessoal no Facebook e contou a sua história, desde o parto, até o momento em que encontrou com a outra mãe e o seu bebê biológico (agora confirmado) em um posto de saúde, cinco meses depois. Em Novembro ela intentou uma ação através da Defensoria pública e em seguida, com advogados particulares, as famílias entraram com processo para descobrir a verdade. Naquele momento, em fevereiro, haviam passados mais de três meses do início da ação e ela resolveu expor a sua história.

O Jornal O Diário foi o primeiro órgão de imprensa a publicar a história, que foi replicada por diversos sites de notícia em Alta Floresta, de Mato Grosso e de todo o País, chamando a atenção de uma equipe do programa Fantástico da Rede Globo. O programa foi ao ar no início do mês de março, quando a justiça determinou a realização do exame de “DNA cruzado” que poderia confirmar o que as mães já sabiam, que a troca de bebês aconteceu.

Agora estamos felizes em trazer o resultado que, acreditamos, não seja o “final feliz de uma história”, mas sim, o início de uma nova etapa na vida das duas crianças, agora com duas famílias e que essa união perdure por muito tempo.  E que as mães, Francielli e Erivania sejam exemplos de pessoas que lutaram pelos seus filhos biológicos, sem negar o amor pelas crianças afetivas que criaram desde o nascimento.

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