Bruno Felipe
Localizada no bairro ‘Jardim Imperial’ a rua Dom João VI, que antes da alteração recebeu como nome apenas as siglas NWB, hoje se torna uma das vias mais movimentadas por conta da ligação com o bairro ‘Bom Pastor’.
Mesmo com o fluxo constante de veículos, a rua, que não tem pavimentação asfáltica em toda sua extensão, sofre com os buracos espalhados, causando transtornos para os moradores. Além disso, em tempos de fortes chuvas a galeria que faz o escoamento de águas pluviais, fica cerrada impedindo a sua passagem; sobre intensa pressão, a enxurrada segundo a visão de moradores “Parecia um rio”.
Essa situação ocorre por conta dos entulhos trazidos pela chuva, que consequentemente obstrui as galerias, fazendo com o que a água invada residências. “Na última chuva forte que aconteceu na nossa cidade a minha casa alagou tudo, era de manhã quando começou a chover e não demorou nem 5 minutos a minha rua já estava completamente alagada; logo em seguida a água começou a entrar na minha casa”, relatou a moradora Elizabeth Batista a nossa equipe.
De acordo com Antônio Normandi, morador da rua Dom João VI, todas as vezes que a chuva em nosso município era intensa ,sua casa era invadida por conta das galerias entupidas. Há pouco tempo, ele construiu em frente a sua residência uma espécie de ‘barragem’ feita de terra, para tentar contornar o problema. A tática parece ter funcionado já que nas últimas chuvas, sua casa ficou ‘protegida’. As águas, por sua vez, entraram na residência de sua vizinha. A moradora, ainda frustrada com a situação, disse que teve sorte em não ter nenhum móvel danificado “Precisei erguer os sofás em cima da mesa para que não estragassem”, contou ela.
Normandi mora em Alta Floresta há aproximadamente 27 anos e segundo ele nunca houve interesse da prefeitura em realizar a pavimentação asfáltica na rua onde mora. A via em questão, deixa a desejar nos quesitos infraestrutura. Segundo ele além do problema das galerias, os buracos espalhados pela via atrapalham o trânsito. “Abandono: é isso que nós como moradores sentimos ao ver o estado precário encontrado na nossa rua”, desabafou ele a nossa equipe. Os moradores já procuraram uma solução junto ao poder público para resolver os problemas, mas até então nenhum órgão se prontificou.
A equipe do Jornal O Diário procurou o Secretário de Infraestrutura Elói de Almeida, para questiona-lo sobre uma possível pavimentação da rua Dom João VI. Segundo ele, não é apenas a rua em questão que esta passando por esse problema, mas sim mais de 800 mil metros quadrados que ainda não possuem pavimento no município. “No momento não temos um cronograma para pavimentar a rua Dom João VI”, disse o secretário, que ressalta o esforço do prefeito Asiel Bezerra em realizar pavimentos o máximo que possível.
Atualmente inúmeros moradores de Alta Floresta aderem ao projeto ‘Asfalto comunitário’, onde a comunidade se organiza, procura a prefeitura, faz o cronograma e realiza a aquisição da verba entre eles para a tão esperada pavimentação. Na rua Dom João VI, os moradores relatam que essa organização não será possível, pois eles já tiveram muitos gastos com a destruição de seus imóveis e a danificação dos seus veículos por conta da precariedade encontrada na rua.
Segundo a Constituição Federal Brasileira de 1988 é dever de toda a prefeitura municipal prover uma pavimentação de qualidade para as vias urbanas, realizar manutenção, fazer drenagem para a água da chuva e sinalizar as ruas, entretanto vias sem devida infraestrutura ainda são uma realidade nos bairros de Alta Floresta. Os investimentos para a pavimentação podem vir do próprio município, por meio do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), pago anualmente pela ocupação do solo.
“Meus impostos são pagos em dia e ainda não obtive o desejo de andar tranquilamente em minha rua. Quando que meus direitos serão atendidos?”, indagou Normandi, indignado com a atual situação da rua em que mora. Em resposta ao pedido de socorro dos moradores, o secretário disse que “Nenhum local da cidade está abandonado, falta apenas condições e diálogo para concluir a pavimentação”, disse.