Os servidores do Departamento Estadual de Trânsito realizaram uma assembleia geral, na tarde desta quinta-feira (9), e deliberaram o fim da greve de 59 dias. O anúncio foi realizado pela presidente do Sindicato dos Servidores do Detean (Sinetran-MT), Daine Renner, no auditório do órgão, logo após a deliberação dos trabalhadores.
Eles retomam ao trabalho já na manhã desta sexta-feira (10). De acordo com Renner, os trabalhadores atenderam ao pedido do governador em exercício Carlos Fávaro (PSD), na reunião da última terça-feira (7).
“O governador assumiu um compromisso com o Sindicato em conceder o reajuste salarial da categoria em 2019. Nós concluímos 59 dias de greve e uma negociação que durou mais de 10 meses, além de inúmeras tentativas de chegar a um acordo com o Governo. Os serviços normais já retornam amanhã”, destacou a presidente.
Segundo Daiane Renner, a tabela salarial da categoria estava defasada, principalmente em comparação com outras categorias do Executivo, e o compromisso com o reajuste significou um avanço para os servidores do Detran. O governador Carlos Fávaro se comprometeu em retomar as negociações do reajuste em 2019 e a Assembleia Legislativa flexibilizou a Proposta de Emendas à Constituição (PEC) do Teto de Gastos, ao aprovar um dispositivo que permitirá o debate do assunto naquele ano.
“O compromisso firmado é que nós estaremos negociando isso e a categoria será atendida”, arrematou a presidente.
Na semana passada, o secretário-chefe da Casa Civil, Max Russi (PSB), descartou qualquer possibilidade de a negociação referente à greve dos servidores do Detran-MT terminar com uma proposta que traga algum tipo de ganho salarial imediato à categoria.
“Nós não temos possibilidades e condições, dentro da LRF[ Lei de Responsabilidade Fiscal], de mandar qualquer lei para a Assembleia Legislativa que impacte em aumento de salário, porque nós estamos acima do limite prudencial e essa vedação nos impede de uma série de coisas”, justifica Russi.
O secretário ainda ressaltou que a greve trouxe prejuízos para os cofres públicos, uma vez que o Detran é um dos principais órgãos de arrecadação de Mato Grosso. “A perda de receita que nós tivemos, sem sombra de dúvidas, faz diferenças no cofre do governo”.
Conforme o sindicato, 30% dos serviços foram mantidos, embora a adesão dos servidores tenha sido de quase 90%. (Hiper Notícias)