Um dos peritos responsáveis por analisar a cena do acidente ocorrido durante a vitória por 1 a 0 sobre o Atlético-MG, na quarta-feira, no Morumbi, apontou falha do São Paulo na instalação de gradis para cercar os camarotes do estádio. Segundo Edwar Folli Júnior, perito criminal do setor de engenharia do Instituto de Criminalística de São Paulo, as grades não suportam a pressão exercida pela torcida e estão fragilizadas devido a um processo de corrosão.
A queda de torcedores ocorreu após o gol de Michel Bastos, aos 34 minutos do segundo tempo. Dezesseis pessoas se machucaram e sete foram levadas para os hospitais São Luís e Bandeirantes e para a unidade de pronto atendimento do Campo Limpo. Ao todo 25 tricolores caíram no fosso. Não houve feridos com gravidade, mas alguns torcedores sofreram fraturas e tiveram que ser imobilizados.
“Em princípio dá para dizer que o material estava fragilizado por corrosão”, disse Júnior. “Todos eles estão comprometidos, todos iguais. O material não é feito para suportar toda a tensão que recebeu. Isso deveria ser apenas um guarda-corpo. Se eram 20 pessoas empurrando isso, a tensão fica muito maior. Isso não é preparado para essa carga. Agora, tem um fator evidente da corrosão para agravar”, acrescentou.
O perito afirmou que o material do gradil será encaminhado a um laboratório para determinar o grau de corrosão. Ele não quis opinar se o acidente pode resultar em punições para o São Paulo. “Não sei se é o caso para interdição, mas é preciso refazer essas estruturas. É evidente que elas estão frágeis pela corrosão, então há perigo de haver novos acidentes. Esse gradil é igual em toda a parte inferior”, declarou.
Mesmo com o incidente, o árbitro Wilmar Roldán reiniciou a partida após cinco minutos de paralisação. O vice-presidente de comunicação e marketing do clube, José Francisco Manssur, disse que o Tricolor prestará todo o auxílio necessário aos envolvidos no acidente. Segundo ele, advogados foram encaminhados aos hospitais para acompanhar a evolução clínica dos feridos.