Em depoimento ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado, o empresário Leonardo Guimarães Rodrigues confirmou a existência de um esquema de pagamento de propina para garantir o recebimento das medições de obras executadas para a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) em Mato Grosso. Dono da Jer Construtora, Leonardo negou ter feito algum pagamento de propina ou ser um dos articuladores do esquema que é investigado pelo Gaeco na operação Rêmora, deflagrada na última terça-feira (3).
A operação resultou no cumprimento de mandados de busca e apreensão e condução coercitiva, além das prisões preventivas de três servidores da Seduc e das prisões em flagrante, por porte ilegal, de dois empresários, que posteriormente foram soltos. As investigações apontam a existência de fraudes em pelo menos 23 processos licitatórios de obras e reformas em escolas estaduais. Juntos, os contratos somam mais de R$ 56 milhões.
O empresário prestou depoimento espontaneamente na quarta-feira (4), após sua residência ser alvo de busca e apreensão. Ele afirmou, na ocasião, que possui três contratos com a Seduc, atualmente, para a construção de salas de aulas em duas escolas localizadas em Sorriso e Alto Taquari, a 420 km e 509 km de Cuiabá, além da construção de cozinha e refeitório em uma escola estadual da capital. Juntos, os três contratos somam R$ 9,8 milhões.
De acordo com o depoimento de Leonardo, no final do primeiro semestre de 2015 ele foi à Seduc e recebeu da mão de um dos servidores investigados um bilhete de papel onde estava escrito o nome do empresário Giovani Guizardi, preso na operação e apontado como um dos articuladores do esquema, bem como seu número de telefone.
Segundo Leonardo, o papel foi entregue a ele sem nenhuma indicação do que fazer e, apenas após ser interrogado, uma semana depois, da razão pela qual não entrou em contato com o empresário, decidiu telefonar e agendar um encontro com Giovani.
“Chegando lá, Giovani disse que os assuntos referentes à Seduc eram para ser tratados, doravante, com ele (Giovani), tais como problemas de aditivos, reajustes que estavam demorando para sair, pagamentos, etc.”, diz trecho do depoimento.
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