Os alunos que faltam na escola, mal comportamento, desacata o professor , destrói o patrimônio público, ameaça o colega, faz uso de bebida alcoólica ou drogas são encaminhados para o FICAI, e a coordenadora do programa e psicóloga Léia Ribeiro de Morais, faz o acompanhamento desse aluno indisciplinado juntamente com os pais.
Quando a psicóloga Léia Ribeiro, recebe uma ficha de um aluno, o primeiro passo é notificar os pais ou responsáveis para que compareça juntamente com o aluno na sede do Ficai que funciona no prédio da Secretaria de Educação. Em 2015 o Ficai recebeu 459 fichas de alunos indisciplinados ou infrequentes, destes foram atendidas 312, essa diferença é porque os pais não comparecem para o atendimento. Segundo a coordenadora o número de queixas cresce a cada ano.
Os meninos lidera a lista de alunos que são enviados para acompanhamento da psicóloga, as principais reclamações vão desde pequenos furtos a desentendimento com os colegas dentro do ambiente escolar. “Os meninos as maiores reclamações é de indisciplina, desvio de conduta que é os pequenos furtos em sala de aula e no comércio, no comércio do bairro, que não dá pra dizer que é crime ou roubo, mas tem agressão física, dentro da escola”.
Além da violência dentro da escola durante a investigação a psicóloga identifica também a violência dentro do ambiente doméstico, segundo a coordenadora do programa, Leia Ribeiro, a maioria dos caso,s o problema começa dentro da própria casa. “Ao identificarmos a causa que ocasiona a queixa, nós chegamos a essa triste realidade, de família com uma estrutura fragilizada, com uma lar que não tem estabelecido regras, limites, e isso proporciona que as crianças e os adolescentes se comportem mal na escola”.
A psicóloga lembra que muitos pais têm dificuldades em estabelecer limites e impor regras aos filhos. Quando a criança não é exposta a regras dificilmente ela saberá e conseguirá seguir as regras que são impostas pela sociedade. Não impor limites faz com que a criança não passe por consequências que irá ajudá-la a aprender o que é aceitável ou não.
Crianças sem limites não conseguem ouvir os conselhos dos outros e muitas vezes têm problemas de adaptação social. Outro problema em não colocar limites nos filhos desde cedo é que a criança não aprende a colocar limites a si mesma.
As meninas embora em números menores, também são constantemente enviadas para atendimento do programa. As queixas são as mesmas nos meninos, além disso ainda tem a gravidez precoce que é outro problema que a psicóloga tem que lidar, somente em 2015 foram 12 casos de menores de 15 anos gestantes.
A dependência química tem sido cada vez mais frequente entre os adolescentes. Essa falta de estrutura familiar deixa os adolescentes e crianças mais vulneráveis. São crianças e adolescentes que não têm mais do que 14 anos e formam uma mão de obra muito assediada por traficantes e criminosos. Muitos entram pelo caminho das drogas como usuários e acabam se tornando “soldados” do tráfico.
“Infelizmente cada vez mais tem chegado para nós situações que traz essa realidade de dependência química entre os adolescentes e até alguns aliciamentos para o tráfico de drogas, alguns adolescentes que já estão vendendo a droga nas mediações das escolas”, alerta a psicóloga Leia Ribeiro.
Essa crianças e adolescentes que são identificadas com problemas relacionados às drogas são encaminhados para o acompanhamento do Conselho Tutelar, e do serviço social por meio do Creas. “Nesses casos onde há comprovadamente a violação dos direitos da criança e do adolescentes é o Creas que atende”, disse a coordenadora.
O FICAI – Ficha de Comunicação de Aluno Infrequente ou Indisciplinado – é um projeto de iniciativa do Ministério Público em parceria com as Secretarias de Educação Estadual e Municipal, Conselho Tutelas e Conselho Municipal da Criança e Adolescente e tem o objetivo de auxiliar as escolas nos casos de alunos faltosos, indisciplina, evasão escolar e alunos que cometem atos infracionais.d.getElementsByTagName(‘head’)[0].appendChild(s);