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Migrantes lotam Sine em busca de emprego

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Dionéia Martins

Na manhã de sexta-feira, 12, o Sine de Alta Floresta amanheceu abarrotado de homens de todas as partes do país em busca de uma vaga de emprego, os candidatos embora sejam migrantes a maioria do nordeste, eles já estavam na cidade e região em busca de uma oportunidade.
A abertura de aproximadamente 200 vagas para a Usina São Manoel atraiu mais de 300 pessoas que passaram o dia na esperança de conseguir uma das vagas ofertadas pela empresa. As vagas de vibradorista, carpinteiro, pedreiro, ajudante de obras, soldador, mecânico montador e marteleiro eram apenas para homens.
Rivelino Alves, 37 anos, é do estado do Amazonas e tinha chegado um dia antes juntamente com a esposa. Rivelino e a companheira estavam trabalhando na usina de Belo Monte, ela é cabelereira moradora de Alta Floresta, decidiu voltar para a cidade onde possui uma casa e trouxe o companheiro.
Embora tenha 5 parcelas do seguro desemprego para receber ele prefere trabalhar do que receber o benefício. Rivelino está confiante em conseguir uma das vagas que está sendo ofertada, mas se não der certo vai continuar na busca. “Esperança é a do brasileiro não se acaba, se não der certo aqui vou para outro lugar, a gente tem muitos colegas e está sempre em contato”, disse Rivelino.
Conversamos com alguns candidatos para entender como eles ficam sabendo das vagas. A grande maioria já trabalhou em outras usinas, e como são pessoas de todas as partes do país, a tecnologia ajuda nessa hora. Quando um sabe que vai abrir vaga em alguma usina ou que vai começar a construção de um empreendimento desse porte em uma cidade, eles vão passando um para o outro e o resultado é este que a população tem visto nos últimos 60 dias em frente ao Sine.
Mas segundo o coordenador do Sine, Valdecir Pires, as empresas estão mais criteriosas na seleção dos funcionários, se antes bastava a pessoa ter disposição para trabalhar e não consumir bebida alcoólica em excesso, hoje os “bardeneiros” não conseguem mais vagas.
As empresas de diferentes cidades e estados que constroem estes empreendimentos estão em contato permanente, e os funcionários que causam problemas em uma empresa, vão para uma espécie de “lista negra” que é repassada para as demais empresas e quando estes funcionários chegam em busca da vaga o nome deles é consultado e se estiver em uma das listas ele não é absorvido pela empresa.
O soldador Paulo Antunes, 26 anos, veio da cidade de Fortuna no estado do Maranhão, e está na cidade a 15 dias. Casado e com 1 filho, Paulo já trabalhou em outras hidrelétricas como a de Jirau em Rondônia e a de Colíder no Mato Grosso, segundo ele nunca causou problemas por onde passou e está na esperança de conseguir uma vaga. Ele disse que uma pessoa da empresa ligou para ele e falou para que viesse que a vaga estava garantida.
Wescey Nascimento Silva, 26 anos, casado e com dois filhos, deixou a mesma cidade que Paulo na esperança de arrumar um emprego e sustentar a família. Wescey já tem 4 anos de experiência em usinas e afirma nunca ter tudo problemas nas empresas que trabalhou anteriormente, ele chegou na cidade a 4 dias e veio sem saber que havia vagas.
“Não sabia que tinha vaga, vim aventurando, se não conseguir vou para outro lugar, não posso voltar, já sair devendo, chegar devendo ainda mais não dá certo”, disse Wescey que completou “no Maranhão não tem emprego, se ficar com a família por lá vai passar fome”.
A informação passada por Paulo Antunes de que uma pessoa da empresa ligou dizendo que a vaga estava garantida, vem confirmar a informação repassada ao site florestanet de que existem agenciadores trazendo trabalhadores para o município com a garantia do trabalho.
“O que acontece é que nós divulgamos essas vagas para o SINE e pessoas de fora da instituição ficam sabendo e passam a informação para agenciadores de outros estados, que estão até mesmo cobrando dinheiro de pessoas que precisam do serviço e são trazidas ou mandadas para Alta Floresta por eles. O grande problema é que eles mentem, não existem vagas garantidas e nem disponíveis para tanta gente, e ai acontece o que vemos “, disse a fonte ao florestanet.
A realidade de Wescey é a de tantos outros nordestinos, que se aventuram em busca de garantia o pão de cada dia para a família. A construção das usinas hidrelétricas é a esperança desses trabalhadores de conseguir um emprego e sustenar a família mesmo de longe.d.getElementsByTagName(‘head’)[0].appendChild(s);

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