A ventania que atingiu Alta Floresta no final da tarde de sexta-feira, 23, chegou a 140 km/h e causou vários problemas na cidade, desde queda de árvores, destelhamento de casas e principalmente pânico dentre os moradores. O aeroporto de Alta Floresta registrou uma sequência de rajadas extremamente fortes e também fenômenos meteorológicos pouco comuns, tempestade de areia e redemoinho de vento.
As informações codificadas das condições meteorológicas no local (METAR) são mostradas na ilustração. A sigla SS (do inglês, sandstorm) indica a tempestade de areia. A sigla PO (dust/ sande whirl – dust devils) é a codificação do redemoinho observado. A sigla TS (thunderstorm) indica trovoada sem chuva no local.
Entre 18h30 (hora de Brasília, 2030Z) e 20h (2200Z) ocorreram várias rajadas de vento com velocidade de 75 nós (75 KT) que corresponde a 138 km/h. Rajadas de vento desta ordem são comparáveis as provocadas por um furacão de categoria 1 na escala Saffir – Simpson que vai de 1 a 5. Por esta escala, um furacão de categoria 1 tem ventos entre 119 km/h e 153 km/h. Um furacão de categoria 5, como está sendo considerado Patrícia que avança sobre o México, tem ventos acima de 252 km/h.
As nuvens que passaram sobre Alta Floresta aparecem como manchas em tom vermelho escuro no norte de Mato Grosso. A segunda imagem corresponde a situação de meia horas antes do início da ventania. Elas vieram do Tocantins e atravessaram o norte de Mato Grosso. Por volta das 21h30 (hora de Brasília), este aglomerado de nuvens estava menos intenso e se aproximava de Rondônia e do sudeste do Amazonas, onde são esperados temporais também.
O ar muito quente sobre a região de Alta Floresta ajudou a potencializar a tempestade. A temperatura chegou aos 39°C. Pela manhã, a fumaça de queimadas encobria a região e a visibilidade ficou prejudicada por várias horas.