O atendimento no Hospital Regional Albert Sabin está paralisado. Somente são atendidos casos de urgência e emergência no Pronto Socorro. O motivo é que o governador Pedro Taques não vem cumprindo com a palavra e os repasses para o funcionamento não estão sendo promovidos.
Segundo funcionários de dentro da unidade, o governo atual ainda não fez nenhum repasse de dinheiro relativo ao seu mandato, e olha que já estamos no mês de março.
Por meio da página do Conselho de Saúde, no facebook, o presidente da entidade, Dr Thiago Incert, lamentou o fechamento do hospital regional, e ainda divulgou uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, em Agravo analisado naquele estado, onde deixa clara a responsabilidade do Estado com relação à Saúde.
” Sendo a saúde direito e dever do Estado (CF, art. 196, CE, art. 153), torna-se o cidadão credor desse País para o tratamento reclamado. A existência de previsão orçamentária própria é irrelevante, não servindo tal pretexto como escusa, uma vez que o executivo pode socorrer-se de créditos adicionais. A vida, Dom maior, não tem preço, mesmo para uma sociedade que perdeu o sentido da solidariedade, num mundo marcado pelo egoísmo, hedonista e insensível.” TJSP, Des. Xavier Vieira, Agravo de Instr. Nº 96.012721-6
Só para ajudar a “avivar” um pouco a memória das pessoas que acompanham as questões relacionadas à Saúde, há pouco mais de um mês o secretário de Saúde do estado esteve em Alta Floresta para uma visita e, naquela oportunidade, afirmou que estaria estudando a possibilidade de passar a administração do hospital regional para o Consorcio de Saúde do Alto Tapajós. Na prática, “devolvendo aos municípios” que, a duras penas, conseguiu, depois de muitos anos de luta, “estadualizar o hospital”.
Hoje estamos sem atendimento por causa desta paralisação que, se Deus quiser, Deus e o semideus, claro, logo ela chegará o fim. Mesmo com a paralisação, e mesmo com as inúmeras necessidades de avanços, ninguém duvida que, depois que “estadualizou”, houve sensível melhora no atendimento. O custo ficou muito maior, também é verdade, mas o Estado arca (ao menos deveria) com este recurso e o município de Alta Floresta, que historicamente tocava, com pequenos apoios dos municípios vizinhos, um hospital municipal com cara de regional, deixou de se obrigar a isto. Antes da “estadualização”, Alta Floresta gastava mais de 1 milhão de reais ao mês, só com o antigo HMAS. À duras penas, prefeitos como Eloi, Robson, Vicente, Romoaldo, Maria Izaura, em duas oportunidades, não conseguiam dar a qualidade de atendimento que Alta Floresta precisava. Inúmeros foram os casos de déficit no atendimento, chegando ao ponto, no segundo período de Maria Izaura, de 9 pessoas morrerem por causa de bactérias que se procriavam pela baixa qualidade de assepsia.
Hoje é diferente, avançou muito neste ponto, mas o que o governo do estado quer, e isso ficou claro na visita do secretário de estado de saúde, é devolver a administração às prefeituras, ou seja, lavar as mãos. Não é isso que precisamos.
Como bem lembrou o presidente do Conselho, através do julgado do TJ SP, “A vida, Dom maior, não tem preço, mesmo para uma sociedade que perdeu o sentido da solidariedade, num mundo marcado pelo egoísmo, hedonista e insensível”