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Tiro e Queda Segunda feira 27

Terminou a mais disputada campanha presidencial de todos os tempos no Brasil. A presidenta Dilma Roussef reelegeu-se para mais quatro anos no comando do país e os números mostram a divisão do país. No sábado, enquanto estava no almoço dedicado aos funcionários públicos e seus familiares, conversava com o professor Nilson James, que pediu-me se tinha uma “previsão” de como seria o resultado, e disse, acho que vai ser como o Corinthians e Palmeiras de hoje (dito isto umas duas horas antes do clássico paulista pelo campeonato brasileiro) Não deu outra. Corinthians e Palmeiras terminou em 1 x 1. Aécio e Dilma terminou com um “empate técnico” e a reeleição de Dilma com 51% dos votos.

A comparação com o futebol não é mera brincadeira. Nunca na história deste pais (frase tá ficando manjada) se viu tanto engajamento popular em uma eleição, como a vista no pleito que terminou ontem. O PT tem uma militância historicamente conhecida, aguerrida e que chama a atenção por sua fidelidade canina quando se trata de campanha eleitoral. Só que neste ano, o PSDB também inaugurou uma militância igualmente aguerrida e… como no futebol, as brigas foram inevitáveis, o que é triste por si só.

E o campo onde houve a maior concentração das opiniões pró e contra um e outro, foram as redes sociais. Só que, como no futebol, alguns “torcedores” saíram “fora da casinha” e acabaram criando situações de desrespeito e discriminação, principalmente com eleitores do nordeste, que foram os que mais foram “sacaneados” pelos “torcedores”, digo eleitores derrotados, como se eles, os nordestinos fossem os maiores responsáveis pela vitória de Dilma.

Apenas como reflexão, se tivesse que atribuir a um estado apenas a responsabilidade pela derrota de Aécio, eu diria que é justamente o estado de Minas Gerais, aonde o tucano foi governador e, em campanha, afirmava ter 92% de aprovação, mas acabou derrotado pela presidenta Dilma. O povo do Brasil inteiro entendeu a mensagem de Minas Gerais, “quem conhece o Aécio, não votou no Aécio”. Seria bom se a explicação fosse simples assim, mas não é…

Então, de verdade, não dá para atribuir a um estado ou outro, a responsabilidade pelos números das urnas. A campanha foi acirrada e os dois lados lançaram mão de situações bem estranhas de fazer política, para não dizer, desleais. Nas redes sociais, principalmente, foi um festival de desinformações, como a morte do doleiro, que nunca aconteceu, ou mesmo a “indecisa” do debate da Globo que, segundo post, teria aparecido em um ato pro Aécio dias antes. As duas postagens foram desmentidas durante o dia da votação. Mas não ficou só nisso, era um golpe baixo atrás de outro. E se os presidenciais se chamavam entre si de mentirosos, levianos, dentre outros adjetivos, imaginem como ficou a briga de palavras entre os militantes. Era soco entre as pernas, xingamento, filho daquilo, tua mãe não é homem, cospe aqui se for macho…

Mas acabou, ainda bem, para o bem de todas as relações pessoais (ou virtuais) e que o Brasil avance que é o que todos nós queremos. Talvez não do jeito que um ou outro queria, mas que as grandes discussões sejam colocadas na mesa. Acho que poderíamos começar pela mudança da forma de fazer campanha política. Esse negocio de voto obrigatório, ou de propaganda eleitoral obrigatória, é meio estranho… melhor seria se não fossemos obrigados a nada e que votássemos ou assistíssemos o que quiséssemos, seria mais democrático.

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