O presidente do diretório estadual do DEM, deputado federal Júlio Campos, atribuiu a falta de pulso e articulação do candidato ao governo do Estado, senador Pedro Taques (PDT), a desistência do senador Jayme Campos em disputar a reeleição. “Não temos nada contra, mas está claro que o Taques não tem autonomia porque depende muito política e financeiramente dos aliados. Então, aceita regras a contragosto e nem sempre dá a palavra final”, declarou.
O parlamentar ainda criticou o comportamento políticos dos partidos que compõem a coligação Coragem e Atitude para Mudar, que, em sua visão, não se empenharam em construir unidade para a disputa majoritária. “O PSB e o PDT não tinham lealdade alguma com o DEM e em apoiar nosso projeto de reeleger o Jayme Campos. Nós estávamos compromissados com o PDT e não percebíamos o mesmo. É melhor essa aliança não ter dado certo agora, do que daqui a 45 dias”, comenta.
O democrata ainda revelou episódios que motivaram atrito do DEM no grupo político. “A coordenação da campanha não divulgava a agenda e os candidatos não pediam votos no material de campanha. Estava claro que havia uma má vontade e resistência em apoiar Jayme Campos. Um político forte e tradicional não precisa enfrentar uma situação dessas”, frisou.
Sem garantir que a cúpula do DEM permaneça totalmente alinhada com a candidatura do senador Pedro Taques ao governo do Estado, Júlio Campos afirma que o DEM aprovou em convenção partidária oficializar uma coligação com o PDT, o que dificulta apoiar outros candidatos ao governo do Estado como o deputado José Riva (PSD), do qual a família Campos mantém boa relação. “Nós firmamos o compromisso de apoiar o PDT, mas, em meio a tanta confusão, não dá para saber qual vai ser a decisão da maioria dos filiados. Não dá para controlar um partido com mais de 50 mil filiados espalhados no Estado”, disse.
Por último, Júlio Campos informou que o DEM não abriá mão de indicar o substituto de Jayme Campos na vaga ao Senado. Com aval do PP, os democratas indicaram nesta quarta-feira o ex-senador Gilberto Goellner e o ex-prefeito de Alto Graças, Roland Trentini, para a vaga. Juridicamente, a legenda também teria preferência na vaga.
Fonte: FolhaMax