A piloto de motovelocidade Vanessa Daya morreu na quarta-feira após grave acidente sofrido domingo, no autódromo Nelson Piquet, em Brasília. Fanática por velocidade, ela dormiu nos boxes na noite que antecedeu a prova. Vanessa registrou na internet a noite de sono, ao lado de uma amiga que também competiu no autódromo. A foto foi postada por ela pouco antes da corrida de moto no Distrito Federal.
Amigos de Vanessa contam que a decisão de dormir ao lado da moto era mais um sinal de seu amor pela velocidade. Além disso, ajudaria na preparação, pois ela participou de duas provas no mesmo dia: pelo feminino e, logo em seguida, pelo masculino do Campeonato Brasiliense.
“Ela era apaixonada por motos. Por envolvimento na prova, ela dormiu nos boxes para o dia da prova. A Vanessa nunca ganhou R$ 1 no esporte. Tudo o que ela fez foi por amor. Trabalhava como recepcionista para bancar o que mais gostava, que era pilotar”, relatou Michelle Lenzi, amiga de Vanessa.
Vanessa Daya ficou em segundo na corrida com mulheres. Minutos depois, já no masculino, ela era a única mulher presente entre os homens. A piloto caiu da moto 600 cilindradas após saída da curva da piscina. Na queda, a moto atingiu o capacete, causando gravíssimo traumatismo craniano.
Amigos e a mãe de Vanessa, Marinalva Santos, isentam a pista de responsabilidade pela morte da mulher de 31 anos. Eles enfatizam que as condições da pista são ruins, mas que o trecho onde ocorreu o acidente não apresentava problemas.
“Foi fatalidade. Onde foi o acidente, a área estava perfeita. Todos sabem que o asfalto da pista é ruim. Era para ter sido trocado há 20 anos. Mas no caso da Vanessa foi infelicidade mesmo”, declarou Wendel, que também dormiu nos boxes.
“Não havia qualquer relação da pista com o acidente da Vanessa. Infelizmente a moto caiu em cima do capacete. Não houve fraturas em outras partes do corpo. Se não tivesse [atingido o capacete], ela sairia andando e tirando a poeira do corpo”, acrescentou Alan Ricardo, amigo de Vanessa.
Após o acidente que vitimou Vanessa Daya, a Federação de Motociclismo do Distrito Federal abriu comissão para apurar as causas da morte e verificar as condições do autódromo. Nos 40 anos de existência, o autódromo jamais passou por reforma completa. Apenas melhorias paliativas.
O Governo do Distrito Federal pretende investir na reformulação do autódromo visando abrigar etapa do Mundial de MotoGP em 2014. Um ofício apresentado no início do ano pela Secretaria de Esportes do Distrito Federal detalhava o projeto de modernização. No entanto, as obras não começaram.]]
FONTE: UOL