O protesto acontece na MT-206, na ponte sobre o Rio Paranaíta. Os manifestantes querem ser ouvidos pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a quem irão pedir a revogação da ampliação. O encontro deve ser em audiência pública a ser realizada na cidade de Apiacás (MT) reunindo entidades como a Federação da Agricultura de Mato Grosso (FAMATO) e Confederação Nacional da Agricultura (CNA), além de deputados estaduais e federais, senadores, prefeitos, vereadores e o governador de Mato Grosso, Silval Barbosa.
Para o deputado federal Nilson Leitão (PSDB), líder da Minoria e presidente da Subcomissão de Demarcação de Terras Indígenas, da Câmara, a manifestação é mais que justa, uma vez que o governo tem tomado as terras à revelia. “O Grito de Apiacás é mais uma demonstração da força de nosso povo. É um movimento legitimo, afinal, o governo federal insiste em fazer as demarcações de forma unilateral, sem ouvir todos que são ou serão diretamente afetados pelas ações. O governo está tomando áreas de legítimos proprietários à revelia, sem a menor chance de defesa ou contraditório.”
Os organizadores do manifesto esperam reunir cerca de 5 mil pessoas no local do bloqueio, que deve inclusive impedir o acesso ao canteiro de obras da Usina Teles Pires. Em Apiacás, e Paranaíta, comércio e órgãos públicos não devem funcionar nesta segunda-feira.
Segundo o prefeito de Apiacás, Adalto Zago (PMDB), além de desalojar famílias, as novas demarcações impedem a exploração do calcário na região. “Temos aqui uma das maiores jazidas de calcário do país. Com a ampliação da área destinada aos índios, estamos perdendo o acesso a este material tão importante para o desenvolvimento da agricultura e da pecuária, responsáveis por manter o equilíbrio da balança comercial brasileira.”
A partir do bloqueio, que começou na madrugada de hoje (01/07), o tráfego na MT-206 ficará interrompido por tempo indeterminado.
Fonte: Nativa News