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Tiro e Queda – segunda Feira

Para muitos, o maior político de Mato Grosso. Para outros tantos, o maior corrupto de Mato Grosso. Assim é que está sendo tratado, agora, o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, José Geraldo Riva, que foi preso no sábado acusado de um esquema de desvio de dinheiro que atingiu a cifra de 62 milhões de reais com aquisição de, entre outros, material de papelaria, como toners, por exemplo. Riva foi preso no sábado, mas apenas hoje é que os advogados de defesa conseguirão ter acesso ao inquérito que culminou com a prisão do político.

A prisão de Riva pode ser um “divisor de águas” em Mato Grosso, no quesito “combate à corrupção”. Ele é acusado de operar um esquema de desvio de dinheiro público que pode inclusive levar muita gente importante e conhecida à sofrer as consequências, isso porque, enquanto esteve na Assembleia, durante os 20 anos, o ex-parlamentar era um líder inconteste e suas decisões e estratégias de ação nunca eram contrariados por seus pares, fossem situacionistas, ou oposicionistas.

Além de Riva, estão sendo investigadas outras 14 pessoas, dentre elas a sua esposa Janete Riva, pelo período em que trabalhou na Assembleia Legislativa (de 2005 à 2009) em cargo administrativo. Outros servidores da AL estão listados, inclusive empresários que foram identificados no esquema descoberto a partir de outra operação, a Ararath, pela qual Riva foi inclusive preso no ano passado.

A prisão de Riva aconteceu um dia antes de ser apresentada uma reportagem pelo programa Fantástico da Rede Globo, com outra denúncia, a de desvio de dinheiro por meio de licitações com gráficas. Os moldes do esquema era o mesmo pelo qual Riva está preso. Era feita uma licitação, o dinheiro era sacado pelos beneficiários do processo licitatório e, após sacado, retornava, em espécie ao deputado Riva. No esquema denunciado pelo Fantástico, as gráficas recebiam por serviços não prestados e devolviam 75% do dinheiro ao político. Já no esquema que o levou a prisão, segundo o Gaeco (Grupo de Apoio e combate ao Crime Organizado) a partilha era feita em 20% para o empresário e 80% para o deputado.

Segundo a denúncia do MPE, com base nas investigações do Gaeco, o dinheiro era utilizado por Riva para manter o “sistema”, identificado como sendo, políticos (pagamento por apoios às campanhas) e setores da imprensa.

 

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