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Alunos do Furlani criam projeto para conscientizar contra automutilação

escola furlaniKariny Santos

Um grupo de alunos do 2º ano do Ensino Médio Integral da Escola Vitória Furlani da Riva iniciou na última semana a elaboração de um projeto que visa conscientizar a comunidade escolar quanto os problemas decorrentes da automutilação. O surgimento no Brasil (em Mato Grosso já houve registro de mortes) do jogo suicida “Blue Whale” ou “Baleia Azul”, chamou a atenção dos estudantes que resolveram ir a fundo na pesquisa, descobrindo, de início, que a automutilação nem sempre deve ser associada ao jogo suicida.

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“Baleia Azul”

O ato de cortar a própria carne é uma realidade muito presente na vida de muitos adolescentes, a disseminação da prática da automutilação em redes sociais e especialmente com os jogos suicidas dá uma pista sobre um problema que, em Alta Floresta, preocupa um número crescente de pessoas inclusas na unidade escolar, que tem se organizado para debater no dia a dia sobre o tema. Na Escola Estadual Vitória Furlani da Riva segundo alunos e professores, diversos casos de automutilação já foram identificados, mas agora, e com o surgimento de jogos suicidas como o “Blue Whale – Baleia Azul” isso tem chamado ainda mais a atenção sobre as práticas que podem levar ao suicídio. Os castigos autoinfligidos na ótica dos jovens, servem para diminuir sofrimentos emocionais ou psicológicos e chamar a atenção dos pais e pessoas próximas. E alertam: grande parte dos pais sequer percebe que os filhos têm se cortado com canivetes, lâminas de barbear e até lâminas de apontadores de lápis.

A iniciativa foi tomada pelos próprios alunos em um trabalho de ética e sobre o certo e errado desenvolvido pela professora de Filosofia Isadora Xavier que idealizou o trabalho com o intuito de induzir o jovem a ter uma maior interação com quem pode auxiliar dentro da unidade escolar, “temos a preocupação de tentar ajudar os alunos de ter a abertura de vir procurar a gente, mas relatos de participação (nos jogos) ainda não existem, mas temos pessoas que as vezes usam essas práticas para estar chamando atenção e estar procurando entre eles”, disse a professora, afirmando que muitos de seus colegas professores já presenciaram alunos com cortes em partes do corpo.

A turma do 2º ano do ensino médio integrado está desenvolvendo um projeto que visa entender os jogos e mostrar a realidade e as consequências dos mesmos, “a gente está vendo que isso está mobilizando muitas pessoas e muitos adolescentes e jovens estão entrando no jogo e eles estão perdendo suas vidas por uma coisa tão banal”, destacou o aluno Elivelton Gean, 17 anos.

Conforme Sara Regina, 16 anos, o que levou a participar do projeto foi o contato com pessoas próximas que praticam a automutilação e com a visão de ajudá-las. O projeto tem objetivo de buscar e levar uma informação mais esclarecida para os alunos, de como é o jogo, como funciona e até onde pode chegar, “na maioria das vezes que eu estive na presença destas meninas que fizeram isso elas não queriam comentar sobre, porque era algo muito íntimo delas e queriam guardar para si”, explicou.

Para quem ainda não sabe como funciona o Blue Whale, ou a Baleia Azul, a dinâmica é simples: adolescentes são convocados para grupos fechados no Facebook e no WhatsApp para participar da Baleia Azul, que consiste em cumprir 50 desafios pré-estabelecidos por curadores, que normalmente também são adolescentes com perfis falsos nas redes sociais. Entre as tarefas, estão mutilar os braços com facas, assistir filmes de terror na madrugada e, na tarefa final, cometer suicídio.

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