Uma Polícia esfacelada. Mesmo com muita garra, a Polícia Civil já não consegue esconder que está prestes a jogar a toalha e abrir o jogo. Sem policiais –: investigadores, escrivães e delegados – a Polícia responsável pelas investigações das ocorrências registradas em Mato Grosso deixa para trás pelo menos 95% dos casos por investigar. Em determinados locais, existe apenas um delegado para pelo menos dez cidades do interior do Estado. Na Capital e em Várzea Grande a situação também é de calamidade pública. A realidade: a polícia investigativa não tem como investigar nada.
Mesmo capenga, a Polícia Civil faz questão de erguer a cabeça como se nada estivesse acontecendo. Enquanto isso, as gavetas das Delegacias de Polícia estão transbordando de Boletins de Ocorrências (BOs), registrados e não investigados por falta de policiais.
A Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Várzea Grande tem apenas cinco policiais para atender uma cidade com quase 250 mil habitantes que registra pelo menos 50 ocorrências de roubos e furtos por dia.
Na Derf de Várzea Grande existem apenas duas equipes. Pasmem. Uma equipe com dois policiais e a outra com três. Números comprovam que as duas equipes de dois e três policiais são responsáveis diariamente pelas investigações de quase 50 ocorrências, ou cerca de 1.500 por mês.
A situação das cidades do interior de Mato Grosso ainda é muito mais complicada, principalmente agora, depois que a violência tomou conta de todo o Estado.
Os números levantados pela reportagem, no entanto, são desencontrados. Uns falam em 1.500 investigadores. Outros falam em apenas 300 homens na linha de frente das investigações. O certo, no entanto, é que além dos mortos, dos parados por doenças ou invalidez, além dos que estão de férias, todos os anos a Polícia Civil de Mato Grosso aposenta, pelo menos 100 policiais civis, entre investigadores, escrivães e delegados.
Fonte: www.leialucas.com.br