Mato Grosso tem 13 municípios na lista do governo federal apontados como locais prioritários para receber a presença de profissionais de saúde por meio do programa Mais Médicos lançado nesta semana. São regiões carentes que estão localizadas em cidades do interior e também grandes cidades. Os municípios do Estado alvos do programa, por serem considerados de maior vulnerabilidade social são: Alto da Boa Vista, Cáceres, Campinápolis, Colniza, Cotriguaçu, Cuiabá, Gaúcha do Norte, Poconé, Porto Esperidião, Porto Estrela, Santo Antônio do Leverger, Várzea Grande e Vila Bela da Santíssima Trindade.
Instituída por medida provisória pela presidente Dilma Rousseff (PT), a iniciativa ofertará bolsa de R$ 10 mil, paga pelo Ministério da Saúde, aos médicos que atuarão na atenção básica da rede pública de saúde. Terão prioridade na alocação desses profissionais 1.557 municípios de maior vulnerabilidade social, sendo 46 na região Centro-oeste. A medida já é alvo de críticas pelo país inteiro e o Conselho Federal de Medicina já sinalizou que deverá levar o caso para a Justiça e existem grandes chances de assunto ser decidido no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em Mato Grosso, o Conselho Regional de Medicina (CRM) e o Sindicato dos Médicos (Sindimed) também são contrários à iniciativa anunciada pela presidente. Defendem que a decisão foi arbitrária e obriga recém-formados a exercerem a profissão sem valorização e ainda atendimento real da demanda da população.
Além de levar médicos para as regiões carentes, o governo federal instituiu uma mudança na grade curricular dos cursos de Medicina para qualificar a formação dos profissionais. Aos seis anos de graduação em Medicina foi acrescentado um ciclo de dois anos durante o qual o estudante vai atuar com CRM provisório na atenção básica e nos serviços de urgência e emergência da rede pública de saúde. A mudança curricular entrará em vigor a partir de janeiro de 2015. O Ministério da Educação projeta abrir 11.447 novos postos de graduação e 12 mil novas vagas de residência até 2017.
Será aceita a participação de médicos formados no Brasil, que terão prioridade no preenchimento das vagas, e também a de graduados em outros países, com preferência para brasileiros. “Não vai haver disputa de mercado entre médicos brasileiros e estrangeiros. A abertura de novas vagas vai aquecer o mercado brasileiro para os médicos”, esclareceu o ministro. Para os municípios, será preciso oferecer moradia e alimentação dos médicos, além de ter de acessar recursos do Ministério da Saúde para construção, reforma e ampliação das unidades básicas. Em todo o Brasil, os investimentos federais só na qualificação destes equipamentos de saúde somam R$ 2,8 bilhões, sendo 67,9 milhões para Mato Grosso.