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Justiça torna réu casal acusado de mandar matar advogado


O juiz Francisco Ney Gaíva, da 14ª Vara Criminal de Cuiabá, recebeu denúncia do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) contra o casal Julinere Goulart Bentos e Cesar Jorge Sechi, acusados de mandar matar o advogado Renato Gomes Nery e os tornou réus. A decisão é dessa segunda-feira (21).

Conforme a decisão, o Ministério Público aditou a denúncia origina, incluindo novos fatos ao processo. O ato visava incluir Julinere e Cesar Sechi entre os acusados na ação penal, além de promover ajustes descritivos na denúncia referente à participação de Ícaro Nathan Santos Ferreira, apontado como intermediário no crime que vitimou o advogado. Foi requerida também a oitiva de novas testemunhas.

A base para o aditamento decorre de novos elementos colhidos durante diligências complementares, que indicam o envolvimento dos denunciados na prática do homicídio, trazendo mudanças na acusação, com a inclusão de novos acusados e detalhamento de suas condutas, inclusive com imputações penais autônomas em concurso com os fatos já narrados.

“Diante disso, recebo o aditamento à denúncia, com fundamento nos artigos 384 e 569 do Código de Processo Penal. Determino a citação pessoal de Julinere Goulart Bentos e Cesar Jorge Sechi, para responderem ao aditamento da denúncia no prazo legal, conforme artigo 396 do CPP, sob pena de nulidade. A atualização do polo passivo da ação penal, com a inclusão dos referidos acusados. Nova citação dos demais réus e defensores sobre o teor do aditamento e a retificação da imputação relativa ao corréu Ícaro Nathan Santos Ferreira, garantindo-lhes a possibilidade de manifestação. Cumpra-se com urgência”, determinou o magistrado.

Na mesma ação do MP da última sexta-feira (18), os promotores Élide Manzini de Campos e Rinaldo Segundo destacaram que “elementos probatórios de substancial robustez” comprovam o envolvimento direto de Julinere e César na cadeia delituosa que culminou no homicídio de Nery, aos 72 anos, executado em 5 de julho de 2024, em frente a seu escritório na Avenida Fernando Corrêa da Costa, na Capital.

Restou demonstrado que a Julinere exerceu o papel de mentora intelectual do delito, conjuntamente com Cesar, “impelidos por profundo ressentimento” decorrente do insucesso judicial envolvendo área de terras no Município de Novo São Joaquim.

“A denunciada Julinere exteriorizava publicamente sua indignação e animosidade contra a vítima, chegando ao extremo de proferir ameaças de morte de natureza inequívoca. Consoante o relato da testemunha Cláudio Roberto Natal Júnior, durante o transcurso das disputas judiciais, a denunciada Julinere asseverava que “ele não ia viver para gastar o que tomou dela”.

Posteriormente ao óbito da vítima, a referida testemunha declarou compreender que a ameaça havia se concretizado”, diz um dos trechos.

Ela seria responsável por articular os contatos necessários para viabilizar a execução de Renato e no curso das investigações, confessou, de forma informal, sua participação como autora intelectual do homicídio ao Delegado de Polícia Bruno Sérgio Magalhães Abreu.

Já Cesar teria desempenhado igualmente a função de mentor intelectual. “Conforme apurado no curso das investigações, o denunciado CESAR exerceu papel fundamental na viabilização financeira da empreitada criminosa. O denunciado CESAR, em conjunto com a denunciada JULINERE, contratou a execução da vítima Renato Gomes Nery mediante o pagamento da quantia de R$ 200 mil”, complementa.

Mariana Lenz
Gazeta Digital

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