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Deputados teriam recebido propina para aprovar as contas de gestão do ex-governador de MT

Em delação, Silval Barbosa disse que irmão e filho negociaram aprovação de contas com pagamento de propina aos deputados da ALMT.

Muvuca Popular

delação2O irmão do ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, Antônio Barbosa, apresentou na delação dele à Justiça um áudio em que supostamente sela um acordo com o deputado estadual Wagner Ramos (PSD), em 2015. Na época, o deputado era relator do parecer que analisava as contas do ex-governador na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). Wagner Ramos deu parecer favorável às contas e teria recebido propina por isso, junto com outros deputados.

Silval Barbosa foi preso em 14 de setembro de 2015, acusado de recebimento de propina na distribuição de incentivos fiscais e ficou quase dois anos preso numa cela do Centro de Custódia da Capital.

Na delação à Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-governador disse que depois de ser preso, o filho e o irmão dele, Rodrigo e Antônio Barbosa negociaram a aprovação de contas com pagamentos de propina.

O ex-governador citou na delação que vários encontros foram feitos para ajeitar a votação entre os deputados. Um deles teria sido feito numa caminhonete no estacionamento da Assembleia Legislativa. A conversa foi gravada pelo irmão de Silval: Toninho Barbosa, como é conhecido, que também fechou acordo de delação premiada.

Na delação, Toninho disse que o deputado Romoaldo Júnior (PMDB) teria liberado a entrada do veículo pelos fundos da assembleia. Ele, Romoaldo e Rodrigo aguardaram na caminhonete a chegada do deputado Wagner Ramos (PSD). Os três combinaram o pagamento de R$ 650 mil em propina.

Romoaldo teria atuado como um intermediador no esquema. A propina teria sido distribuída a Wagner Ramos, Silvano Amaral (PMDB) e José Domingos Fraga (PSD).

Nessa época, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) já havia recomendado a aprovação das contas de Silval Barbosa. Em junho os conselheiros seguiram o voto do relator do processo, Antônio Joaquim. No entanto, esse voto foi contrário ao parecer do Ministério Público de Contas que na época apontou falhas gravíssimas nas contas do ex-governador.

A partir da delação, Silval mostrou que essas suplementações foram usadas para negociar apoios, superfaturar contratos e pagar propinas. Na ALMT, a aprovação das contas de Silval Barbosa foi feita de forma relâmpago no dia 18 de dezembro.

Pela manhã deputados da comissão de fiscalização e acompanhamento da execução orçamentária aprovaram por 3 votos a 2 o parecer do deputado Wagner Ramos favorável às contas de Silval.

Já na votação secreta a tarde em sessão extraordinária, no plenário, as contas de Silval foram aprovadas por 10 votos a 7.

O deputado Romoaldo Júnior disse que realmente foi procurado por Rodrigo e Toninho, mas não participou de negociação de propina e que não intermediou nada. Wagner Ramos negou a acusação e disse que vai adotar medidas judiciais.

Silvano Amaral disse por meio de nota que desconhece a negociação, que nunca existiu pressão da parte dele para extorquir ninguém e que tudo será esclarecido na justiça. A reportagem não conseguiu contato com a assessoria de José Domingos Fraga.

 

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