Usuários das redes sociais começaram a postar, ontem, uma série de fotos e vídeos que mostram a morte de vários exemplares do peixe Piraíba, um dos maiores peixes de água doce do mundo, que estariam sendo “vítimas das turbinas” da usina Hidrelétrica Teles Pires, em Paranaíta. Numa das filmagens, os pescadores conversam com trabalhadores da Usina que recolhem peixes que estão boiando para serem enterrados em uma vala. A denúncia é que, em média, estão morrendo cerca de 20 piraíbas por semana. A reportagem do O Diário acionou a assessoria da UHE para checar a informação, mas não teve um posicionamento até o fechamento desta edição.
O vídeo foi postado na página do pescador Marcos Moser, que conversaram com funcionários da Usina no exato momento em que eles faziam a coleta dos animais mortos. Por causa da ventania, a compreensão de parte da conversa fica comprometida, mas é possível ouvir o diálogo. “Ela morre aonde?”, pergunta o denunciante, “na máquina”, responde o funcionário, “qual máquina?”, insiste, “na turbina”, responde o trabalhador.
No mesmo vídeo é possível ver que as piraíbas, aparentemente, estão em condições de consumo, então é perguntado se eles deixam os pescadores levarem a Piraíba, e lhe é negado, “infelizmente é o procedimento”, avisa o trabalhador.
Além da filmagem, os usuários postaram fotos de piraíbas que estavam boiando, algumas com parte da cabeça arrancada, provavelmente, por impacto no equipamento da turbina.
Os vídeos e imagens foram enviados também ao jornalista Joel Datena, apresentador do programa “Coração de pescador”, que publicou as imagens na página oficial do programa no facebook e pediu apoio para as autoridades. “DENÚNCIA: usina construída nas Sete Quedas do Rio Teles Pires tem matado centenas de PIRAÍBAS, um crime ambiental que precisa ser visto pelas autoridades, pedimos providência e punição aos agressores”, afirma o jornalista. Além das piraíbas é possível ver outras espécies de peixes boiando nas águas do Teles Pires, dentre eles um pintado.
Em vídeo, o jornalista afirma que se trata de um “assassinato de piraíbas” e emenda, “nós aceitamos a instalação da usina, aceitamos a destruição das sete quedas, mas não podemos em hipótese alguma aceitar esse assassinato, essa mortandade enorme que tem acontecido aí no rio Teles Pires, envolvendo piraíbas”, afirmou. “Nós esperamos que os órgãos ambientais deste pais, o Ministério Público também, se envolvam para saber o que é que esta acontecendo, tomando e exigindo medidas drásticas para que isso não aconteça mais”, finaliza.