Uma situação inusitada ocorreu no ato de entrega de 28 viaturas ao Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), na tarde da última sexta-feira (20) em Cuiabá. Ao estender a mão para cumprimentar dois servidores que estavam no local, o governador Pedro Taques (PSDB) passou pelo constrangimento de não receber de volta a saudação dos funcionários públicos, que se recusaram a cumprimentá-lo.
Em seu discurso, Taques fez menção à cena, dizendo que os servidores tinham “nojo nos olhos”, e aproveitou para mandar um recado à classe de trabalhadores.
“Quando eu cheguei aqui, dois servidores de carreira… Eu sinto nos olhos desses servidores, com nojo. Eu senti nojo nos olhos desses servidores. Nós precisamos administrar o Estado com responsabilidade. Eu não fui eleito para agradar meia dúzia de pessoas”, disse ele.
O governador de Mato Grosso lembrou que assumiu o Estado “roubado” e criticou os servidores e às gestões anteriores do Palácio Paiaguás. “Precisamos parar de fazer politicalha. Eu peguei esse Estado roubado. Eu nunca vi as pessoas deixarem de cumprimentar os ladrões que roubaram esse Estado”, disparou.
Pedro Taques aproveitou para dizer também que a decisão de não pagar a Revisão Geral Anual (RGA), dispositivo constitucional que garante a reposição da inflação nos salários dos servidores públicos, e motivo do embate entre o funcionalismo público mato-grossense e o chefe do poder executivo estadual, foi “a decisão mais difícil” que já tomou.
Ele afirma que nem mesmo assinar o mandado de prisão do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, a exoneração da procuradoria da república, ou a renúncia ao cargo de senador, foram medidas tão drásticas.
“Já tomei decisões de assinar mandado para prender João Arcanjo Ribeiro, já assinei um pedido de duas linhas para pedir exoneração de um cargo vitalício, como Procurador da República. Quero dizer aos senhores que uma das decisões mais difíceis que tomei não foi renunciar ao cargo de senador, que orgulhava nosso Estado. A decisão mais difícil que eu tomei foi não pagar a RGA”.