A Amazônia tem 13 das 30 cidades mais violentas do país, conforme um levantamento feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que divulgou, nesta terça-feira (28), dados do Anuário, com base nos casos registrados entre 2019 e 2021.
Reportagem do site UOL revela que duas dessas cidades são de Mato Grosso: Aripuanã (1.002 km a Noroeste de Cuiabá) e Glória D’Oeste (a 312 km da Capital).
A cidade do Noroeste do Estado está em 10º lugar, com taxa de 120,2 de mortes violentas; e a do Oeste, em 19º lugar, com taxa de 110,8.
O estudo elaborou um ranking usando como referência o índice de mortes a cada 100 mil habitantes.
Neste ano, a novidade foi a inclusão de municípios pequenos, com um cálculo proporcional relacionando a quantidade de moradores e as mortes violentas intencionais, incluindo homicídio doloso, latrocínio (roubo seguido de morte), lesão corporal seguida de morte e assassinatos em ações da polícia.
Segundo o Fórum, a presença de 13 cidades da Amazônia demonstra que o cenário de violência em áreas fronteiriças e perto de comunidades indígenas já fazia parte dessas regiões muito antes dos assassinatos do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira.
O levantamento do Anuário Brasileiro de Segurança Pública considerou um recorte de três anos, entre 2019 e 2021, “para evitar distorções”, já que assassinatos registrados em apenas um ano seriam insuficientes para indicar o fenômeno em cidades de pequeno porte.
Renato Sérgio de Lima, presidente do Férum Brasileiro de Segurança, relaciona os crimes na Amazônia à omissão do Estado somada à presença de facções criminosas, que transportam armas e drogas para o país.
Segundo ele, o crime organizado se aproveita da ausência das Forças Armadas em áreas fronteiriças ou em terras indígenas para controlar as ações ilegais no território.
Diário de Cuiabá