Na última sexta-feira (03/06) a prefeitura de Alta Floresta, por meio da secretaria municipal de Agricultura e Pecuária, promoveu um dia de intercâmbio entre produtores de café de Alta Floresta e o município de Nova Monte Verde. Duas propriedades foram visitadas e muita experiência de volta para ser aplicada na lavoura de café.
Saindo no primeiro horário da manhã em frente da secretaria de Agricultura e Pecuária, o micro ônibus com cafeicultores de 11 propriedades fez a primeira parada no sítio Água das Pedras, de propriedade dos dois irmãos Jorge Gonçalves Arantes e Luiz Cesar Arantes, localizado em São José do Apuí, onde a experiência com a lavoura do café clonal foi relatada por Elizete de Oliveira Arantes.
O início da produção foi um pouco complicada, a falta de apoio do poder público local é um dos relatos da produtora, a propriedade chegou a perder cerca de 50% da produção. Buscando por apoio, tendo atualmente consultorias online, a produção deste ano já supera a do ano anterior. Este ano a colheita do café já está semimecanizada, que compreende a pratica de intercalação de mão-de-obra e de máquinas, que possibilitam facilitar a execução das etapas desta operação com maior escala de produção em menor espaço de tempo.
Sobre receber cafeicultores e mostrar como o trabalho e realizado na propriedade, é motivo de satisfação para a família Arantes. “É muito bom a gente estar compartilhando o que a gente sabe com os demais produtores, porque eles vieram em busca dessa informação. É muito gratificante, nós nunca recebemos uma quantidade de produtores assim em nossa lavoura, olhar, observar e trazer também o que sabe. Ficamos um pouco triste porque queríamos mostrar no serviço, como choveu bastante não foi passível passar o processo do desenvolvimento do nosso serviço, mas graças a Deus deu certo que vocês vieram, nós ficamos muito feliz, muito obrigado pela participação de todos”, apontou Elizete de Oliveira Arantes.
A segunda parada foi na chácara Sempre Verde, em Nova Monte Verde, dos irmãos Marcos e Mateus Ferreira Campanuci, filhos e netos de cafeicultores que vem do trabalho tradicional com café seminal, deram uma pausa no cultivo e com o surgimento do café clonal, resolveram voltar as atividades da lavoura. “A gente fica contente com isso, porque há cinco anos a gente estava tentando e tivemos que ir lá em Rondônia buscar informações, então hoje as pessoas poderem estar vindo aqui e ver como é a realidade aqui dentro do nosso estado, em Mato Grosso, a gente fica muito contente de poder compartilhar um pouco daquilo que estamos adquirindo com o tempo, com o trabalho que vem fazendo”, destacou Mateus, frisando que a propriedade neste ano já recebeu cafeicultores dos municípios de Paranaíta, Colíder e Carlinda.
Engenheiro agrônomo da Secretaria Municipal de Agricultura e Pecuária, o técnico que acompanha os cafeicultores no município de Alta Floresta, Sergio Firmino Sergio, destacou que este trabalho de troca de conhecimentos é realizado há três anos, desde que se iniciou os trabalhos com a cultura do café clonal no município. Proporcionar este intercambio é eficaz para o incentivo dos produtores locais. “A gente faz isso como uma forma de colocar o nosso agricultor em contato com outros agricultores que estão com o nível tecnológico um pouco mais avançado”, pontuou Sergio.
As experiências compartilhadas vão desde a nutrição da planta, projetos de irrigação e cuidados fitossanitários, destacadas na propriedade Sempre Verde, que por três anos seguidos vem passando de cem sacas por hectare, com previsão de atingir aproximadamente 150 sacas por hectares em 2022. A troca de experiência é tida como “uma coisa que o grupo já espera, organizo a data e eles reservam um dia para isso, grande parte dos que foram convidados vem”, pontua Sergio.
Trazendo experiências do café seminal, o produtor Nilson Garcia, do sítio Alegria, relata o apoio da Prefeitura em proporcionar a experiência. “Eu parei de mexer com café uns oito anos e agora, com incentivo maior da secretaria de agricultura de Alta Floresta que nos incentivou com o café clonal, nós tínhamos café tradicional. Para nós isso é uma maravilha, a pessoa tem que fazer o que gosta, a gente gosta de mexer com café, então tudo que tem café pra nós é maravilhoso, a secretaria, os técnicos que vem fazendo visita mensal e orientando a gente como trabalhar, é uma parceria muito boa da secretaria com a gente”.
Acompanhar e entender a experiência com a produção do café clonal para o produtor Tamires da Silva, do Sítio Tropical, evita muitos erros. “Pra dizer a verdade, estou ganhando tempo, ganhando experiência aqui hoje, eu iria fazer muitos erros lá que agora já não vou fazer mais, agora com essa viagem que a secretaria propôs para nós, a gente já pode pegar daqui pra frente, já dá pra eliminar muitos erros, o que deu certo aqui provavelmente vai dar lá”.
Sergio destaca que a mudança na visão dos produtores atendidos pela secretaria é percebida, principalmente quando se diz respeito às orientações técnicas. “Percebo, muitos deles dizem que querem melhorar a adubação esse ano, outros trabalham só com a adubação convencional, de adubo granulado, que consegue praticar somente no período da chuva e agora na seca pra você continuar fazendo a nutrição da planta você vai precisar da tecnologia da fertirrigação então muitos deles, já no ano passado começaram a utilizar essa prática e muitos deles querem copiar, esse é o nosso objetivo”, pontua Sergio Firmino Sergio.
Assessoria | PMAF