Uma diligência realizada pela Comissão da Covid-19 à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira, 22, tornou visíveis ao Parlamento as necessidades dos institutos de pesquisa que, com excelência, tem auxiliado o país no combate ao novo coronavírus.
A visita foi requerida pelo senador Wellington Fagundes (PL-MT), relator da comissão, que adiantou que todas as necessidades do Instituto – semelhantes as de outros centros de produção de vacinas e medicamentos – comporão seu relatório. “Nosso objetivo era conhecer as instalações e os procedimentos de fabricação dos imunizantes. Nesse sentido, conseguimos o apoio da presidente Nísia Trindade, que está na ponta dessa batalha para salvar os brasileiros e nos encaminhará tudo.
O senador disse ainda ter sido evidente que a vacina é o caminho para vencer a doença, e que ela ser 100% brasileira não só é importante sob o ponto de vista da economia, mas também estrategicamente. “Por isso, vamos no próximo dia 29 a Salvador para a fase 3 (aplicação) de testes da primeira vacina 100% brasileira, e quero entregar o relatório da comissão no máximo na primeira quinzena de dezembro, sem é claro, deixar de ouvir a Fiocruz, assim como fizemos com o Butantan”, assegurou.
Segundo ele, não há dúvidas de que o Instituto tem sido referência no desenvolvimento de tecnologias para combate à Covid-19, mas existe uma falha enorme na forma como os Poderes enxergam as instituições científicas como um todo. “Faltam recursos e sobra burocracia para aprovar procedimentos inovadores”, acrescentou o parlamentar, que é autor de uma lei (14.187/21) que permite fábricas de saúde animal a fabricarem vacinas contra o novo coronavírus.
Nísia afirmou que a vacina da Fiocruz é 6 dólares mais barata do que a dos outros laboratórios, e que o Instituto mobilizou toda capacidade de produção de imunizantes Astrazeneca, entregando cerca de 135 milhões de doses em 2021. “Mas há probabilidade de o país não conseguir se livrar do vírus de uma vez por todas, mesmo com doses de reforço. Nesse sentido, é necessário estreitarmos os laços com o Senado, para garantir o aumento de investimentos e a valorização do pesquisador”, completou a gestora.
Para o senador Styvensson Valentim (Podemos-RN), que preside a CT-Covid e também compôs a comitiva, o brasileiro e principalmente o gestor público precisam valorizar o trabalho secular da Fiocruz. “Há, na comissão, a determinação de mudarmos essa realidade, especialmente com estímulos à produção de vacinas 100% nacionais”, garantiu.
Wellington completou afirmando que o país será, com certeza, independente na produção e comercialização de vacinas, não só servindo de referência a toda América Latina – criando um isolamento às novas cepas – como também precavendo o Brasil em caso de novas endemias ou pandemias.
Também participaram do encontro: o consultor de Orçamentos do Senado, Fábio Gondim; o Vice-Presidente de Produção e Inovação em Saúde, Marco Krieger; o Diretor da Bio-Manguinhos, Maurício Zuma; o Coordenador de Planejamento, Ricardo Godoi; o Chefe de Gabinete, Juliano Lima; e a Assessora Inês Fernandes.
Folha Max